segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Más Notícias ?

                                                

 Financial Times: nossa economia ‘está uma bagunça’   

 

       Um jornal que se pretende sério deveria ter mais cuidado com as respectivas qualificações. O FT mistura às vezes notícias tendenciosas com outras alarmistas e sem base na realidade. Talvez se possa até concordar, em termos, que ‘a economia do Brasil está uma bagunça’, mas daí a afirmar que o país vive ‘a pior recessão desde a Grande Depressão’ e que a possível saída de Dilma Rousseff ‘só resultaria num político medíocre (sendo) substituído por outro’...

       Adotando o pessimismo como regra, o jornal britânico assevera que o sistema político brasileiro “é notadamente podre” e agora “não está funcionando”.

       Na mesma linha, o FT divisa no horizonte outro sério risco: ‘Se outra agência de rating seguir a Standard & Poor’s, muitos investidores estrangeiros terão de vender suas aplicações no Brasil, tornando as coisas piores.’

       Talvez o amargor do FT tenha um pouco a ver com a circunstância de que, em passado relativamente recente, o Brasil passou à frente do Reino Unido. Mais tarde, este recuperou sua antiga posição no ranking (voltando ao sexto lugar)...

 
Decisão preocupante de Teori Zavascki

 

       Noticia o Globo de hoje que o Ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no Supremo, deixou de analisar relatório sobre suposto repasse  de dinheiro da Consist Software para pagamento das despesas da senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) e de seu marido, o  ex-Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

      O Ministro Zavascki considerou que a acusação não tem relação direta com as fraudes na Petrobrás e que, por conseguinte, ele não seria o juiz natural do caso.

      Por óbvias razões este despacho do Ministro deixou preocupados os investigadores  que atuam na operação Lava-Jato em Curitiba.

      A centralização das questões levantadas pela Lava-Jato tem dado fôlego a uma atuação firme e coerente de parte do Juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. É por isso que esta questão se afigura crucial quanto a definir se a Lava-Jato terá ou nâo fôlego para avançar sobre outras áreas, além da Petrobrás.

       Dessarte, depois de devastar o esquema de corrupção na maior estatal do país, a força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba passou a investigar irregularidades na Caixa Econômica Federal e nos ministérios do Planejamento e da Saúde.  Outras áreas da administração pública também já entraram no radar.

       Assim se exprimiu um dos investigadores:  “É como espalhar as peças de um quebra-cabeça. Uma peça fora do jogo perde força, às vezes, perde até sentido.”

        Se a corrupção do Petrolão tem atuado de forma sincrônica e integrada, faz sentido acaso que os juízes do Supremo se atenham a firulas processuais, e repassem  as questões cobertas pela Lava-Jato, a outros ministros que não aquele encarregado,  enquanto relator, da Operação Lava-Jato ?

 
Divergências entre Nelson Barbosa e Joaquim Levy

 

         Há pouco histórico de divergências no passado entre ministros da Fazenda e do Planejamento.  Isto faz muito sentido, pois ambos são os principais corcéis que puxam o carro da economia, e seria desarrazoado que estivessem em desacordo. Que o retrospecto dessa relação enfatize justamente o entendimento não o será por acaso. Assinale-se no capítulo, por oportuno, que Nelson Barbosa estava integrado na equipe de Guido Mantega, de quem não costumava discordar durante o longo estágio desse último na Fazenda.

         Agora, sobretudo depois que levou o puxão de orelhas de Dilma sobre o cálculo dos reajustes do salário mínimo, Nelson Barbosa virou opositor regular de Joaquim Levy. Em uma equipe econômica integrada por Dilma Rousseff (que está em todas) e por seu íntimo auxiliar Aloizio Mercadante (que por decreto passou a entender também de economia, embora deva mais cuidar (?) de assuntos políticos), não é difícil de entender que conquanto tenha um peso muito maior na matéria, Joaquim Levy é regularmente voto vencido por essa trinca (Dilma, Barbosa e Mercadante) nas questões econômico-financeiras.  E salta aos olhos que a maior integração entre Fazenda e Planejamento não desagradaria à Nação.

          Nesse capítulo, apesar de ser torcedor de uma boa equipe (mas em má situação na colocação do Brasileirão), Barbosa se pronuncia sempre pela flexibilidade nos cortes, ímemore da precária situação nas finanças públicas. Embora o próprio Congresso recomende a necessidade de convergência nas propostas de solução apresentadas por Levy e Barbosa, a dissonância é de regra, e tal se deve à circunstância de que o Ministro do Planejamento está respaldado por Dilma e sua turminha.

 

(  Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo )

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