Caída a poeira da primária em New York, os repensamentos sobre a corrida no Partido
Democrata não são favoráveis a Bernie Sanders.
Há geral consenso de que Sanders foi candidato brilhante, que marcou posição,
abrindo espaço para o eleitorado jovem e contestador.
Sem embargo, esta não é a única
conclusão trazida pela campanha do Senador por Vermont. Pouco conhecido até então, Bernie se
transformaria no concorrente que mais simpatias despertou, nas primárias.
Contudo, há um outro fator relacionado
com o desafiante democrata que, a essa altura do campeonato, carece igualmente
de ser computado.
Apesar da campanha original e
inovadora, trazendo a lume o elemento participativo e a inclusão de segmentos
que antes não se sentiam motivados, os especialistas também referem mais uma conclusão a ser contemplada.
A vantagem de Hillary Clinton, como há oitos anos atrás tinha sido a de Barack
Obama, sinaliza de modo inequívoco que Sanders cumpriu a sua missão, e que
a diferença entre os delegados da front-runner
e os próprios, por maior que seja a vibração de seus partidários, não aponta
para possível reviravolta a favor do senador.
Como um comentarista coloca a
Sanders: o senhor fez a sua parte, e agora tem de responder a uma interrogação.
Como pré-candidato, o Senador por Vermont já mostrou ao que veio. O que
restaria determinar - dadas as ínfimas possibilidades de reverter essa partida
- é se o senhor quer dedicar-se ao seu papel de candidato, como se fora um fim em si mesmo, ou retirar-se da
competição, para não acirrar a luta intestina dentro do Partido Democrata, e
assim fortalecer as perspectivas de vitória da candidata que ganhará a nomination.
Foi o que fez Hillary em 2008,
malgrado a oposição do marido e ex-presidente Bill Clinton. Ao invés de
continuar a investir na própria candidatura, ela se transformaria em uma
virtual dissidente dentro do movimento democrata, o que a levaria a enfraquecer a candidatura oficial,.
acarretando as consequências que têm tais dissidências em termos de subtração
do apoio total que pode congregar quem seja o representante partidário.
É este o desafio que se coloca a
Sanders. Resta saber se posto defronte da continuação na competição sem chance
de vitória, o senador por Vermont não mostraria a mesma visão intra-partidária
que norteara a decisão de Hillary em 2008.
( Fonte: The New York Times )
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