Dá-se
por certo que a Comissão especial da Câmara acompanhará, por maioria, o parecer
do Relator, Deputado Jovair Arantes, e que proporá o impeachment de Dilma Rousseff ao plenário da Câmara.
Diante de mais este tropeço, que já
era previsível, o Governo petista de Dilma deve acorrer ao plenário, na
esperança de salvar o barco, com promessas mil, e para tanto põe fé no cofre
aberto do Governo, que embora ao Povo
pertença, cogita colocá-lo a serviço de fins inconfessáveis, quais seja,
vender o futuro com prestações do presente, trocando eventuais convicções com a
certeza de ganhos ilícitos e inconfessáveis.
Segundo noticia O Globo, Lula (o deus-ex-machina
do Governo de Dilma Rousseff), depois do fim de semana em São Paulo
com a família, voltará à carga a partir
de hoje. A tática é dupla: manter a estratégia de negociações no varejo (sob o
princípio de que é de grão em grão que a galinha enche o papo), mas também com
os presidentes de partidos, para tentar margem de votos segura no plenário,
onde o quadro ainda estaria indefinido.
Mas o discurso é um, e os fatos
tendem a ser outros.
Vejam, contudo,
ilustres senhores, o que Madame Fortuna
tenciona aprontar. O primeiro encontro de Lula, já agendado, é com o
presidente do PSB, Carlos Siqueira. No entanto, acreditem, a respectiva
Executiva se reúne hoje pela manhã e
deve oficializar o apoio ao impeachment
na Comissão e no Plenário.
Seria, de resto, incompreensível que
partido que se dirija à cidadania com linguagem crítica contra o Governo Dilma, vá
apoiá-la em troca de balagandãs de ministérios. A coerência é indispensável, se
o partido deseja manter credibilidade diante da opinião pública.
Como recorda o Deputado Antônio
Imbassahy (BA), líder do PSDB: "tem que considerar que os governistas
ficaram inconformados com a chapa avulsa, venceram no Supremo, e essa seria a
comissão deles. "
A esse propósito, vale a pena frisar
que, dificilmente, se repetiria a aceitação pelo plenário do STF do parecer do
Ministro Luis Roberto Barroso, que admitiu pudesse o Supremo prevalecer contra
a vontade de outro Poder independente, como o Legislativo.
E continua o deputado Imbassahy :
"E ainda assim, perder por uma diferença boa dá uma impulsionada grande
para os movimentos que acontecerão terça, quarta e quinta. O vento sopra
favoravelmente."
Lula pode ser bom de gogó (e de
promessas), mas os partidos e os
deputados da liga governista sabem que a maioria do Povo está contra tais
construções artificiais, que, com o dinheiro do Erário, visam angariar improvisada
sustentação de apoio pró-Dilma. Por mais
deem voltas e reviravoltas, tal sustentação tem o ar como alicerce e vai marcar
aqueles que com vestes e fundos alheios, pretendam sustentar governo condenado pelo Povo.
Além disso, no plenário deverá
repetir-se o que ocorreu no impeachment
do Presidente Fernando Collor: vai imperar o instinto de sobrevivência.
Desse modo, a estratégia de Romero
Jucá, presidente em exercício do PMDB, é amarrar todo o partido, na sua ida ao
plenário, inclusive o grupo de Leonardo
Picciani, pró-governo.
A consciência de caciques do PMDB
tem muito bem presente o interesse de Michel Temer, que é também o do PMDB .
"Vamos construir essa circunstância tendo como mote a unidade. A idéia é
ele alegar que as circunstâncias do partido não lhe deram alternativa que não
fosse apoiar o impeachment" -é
esta a frase de um prócer do PMDB, cuja Realpolitik
deverá esfacelar - conta a maioria peemedebista - as promessas da dupla
Lula-Dilma.
Quando o Povo se situa de forma
inequívoca contra posições a-éticas (como as de que pretende servir-se, no
desespero, o Governo Dilma), a própria realidade dos fatos - e o supremo
instinto da sobrevivência política - forçaria os antes engajados como comandantes da tropa governista pró-Dilma, a
baterem em retirada...
Após o festim de Baltazar,
reponta nas paredes do Palácio o vaticínio que vira sentença: "Meu Deus,
dirão, quantas traições!"
"Não!", responderão em
uníssono. " Não trai aquele que cuida da própria salvação!"
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )
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