A corrida na campanha eleitoral do Partido Democrata
continuou em Wyoming, com outra vantagem
do desafiante Bernie Sanders, mas esta é na verdade pro-forma, eis que, ao cabo da disputa, os dois concorrentes -
Hillary Clinton e Sanders - ficaram cada um com 7 delegados.
Assim, no papel, o triunfo de Sanders é
mais assustador do que é na realidade. Depois da série de disputas que
favoreciam ao público do Senador por Vermont, passa-se aos finalmente na luta eleitoral que precede a Convenção de
Charlotte. As primárias serão agora nos estados do Leste, com eleitorado mais
diferenciado, como é o caso da próxima parada, no estadão de New York, a dezenove de abril.
Como se sabe, Hillary foi senadora
por New York por mais de um mandato. Terá aí encontro decisivo para determinar
da sorte de sua candidatura à presidência pelo Partido Democrata.
O fato político mais importante - e é
lamentável que venha a ocorrer -
trata-se da circunstância que o Senador
Bernard Sanders decidiu desvencilhar-se das boas maneiras e do ar educado
com que marcara até então à disputa com Hillary
Clinton.
E não foi descortesia qualquer,
dessas que se relevam na próxima volta do caminho. Depois da troca de
gentilezas que assinalara os debates dos dois candidatos, de repente Sanders
resolveu mudar de tom.
Partiu para desmerecer das
credenciais de Hillary Clinton para Presidente... Perante ruidoso público na
quinta-feira, sete de abril, sem mais nem menos, Bernie Sanders considerou
Hillary desqualificada para ser
presidente.
Consoante interpretam os
articulistas do New York Times, essa
brusca fratura do antes educado e cavalheiresco contendor, corresponderia à uma
situação difícil, que é a realidade matemática da vantagem mantida pela
adversária ao longo da corrida - e que como já fora assinalado - recorda a
mesma diferença que separava Barack Obama da senhora Clinton quando adentraram
esta fase da disputa, só que em 2008 quem tinha a diferença em próprio favor
era o Senador por Illinois, e agora quem a tem é a Senhora Clinton...
Os partidários de Mrs. Clinton
não poderiam deixar de indicar que as credenciais presidenciais da candidata representam
uma de suas maiores vantagens (assets),
e, por conseguinte, atacá-la neste campo é um tiro no pé do rival Bernie
Sanders.
Partir para a campanha negativa -
depois da postura anterior de candidato sério e cavalheiresco - é senhora
mudança de estratégia que não deixa de ter seus riscos.
Procurando responder à
estranheza diante dessa alteração no tom do desafiante, a assessoria tentou
passar a culpa para a mídia e a natural agressividade que a caracteriza.
Com efeito, Mr Sanders foi
surpreendido pelo tom e as perguntas da entrevista com o grupo editorial do Daily
News. Chamar Mrs Clinton de não-qualificada
pareceu a muitos democratas como erro estratégico, eis que a maioria dos
votantes diz o contrário: que ela tem mais experiência para a missão do que Mr Sanders.
Ela também superou largamente o concorrente quando de pesquisa da
Universidade Quinnipiac: 64% dos votantes registrados e 93%
dos votantes Democratas, enquanto os
totais de Sanders eram, respectivamente, de 54% e 75% .
Inquirida acerca do teor do ataque de Sanders,
nesta quinta-feira, Mrs Clinton disse " é algo tolo dizer isso",
e acrescentou: "mas eu confio nos votantes de New York, que me
conhecem e que votaram por mim três vezes."
( Fonte: The New York Times )
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