Para os correspondentes aqui postados, ainda mais
depois do espetáculo deprimente dado por tantos representantes do povo no
passado domingo, não é necessário ser um Nostradamus
para transmitir aos respectivos periódicos o espetáculo mais para o
carnavalesco em que pode ser referida a estranha viagem de Dilma Rousseff para
consignar queixa da maneira com que ela foi tratada pelo Congresso.
Não é necessário má-fé para assim
proceder. Basta a tendência ao vitimismo - ainda mais depois da vociferante
atuação de sua bancada na Câmara - para que esta senhora se convença de que foi
objeto de uma conspiração.
Lá se foi ela para Manhattan no que poderia ser a sua
última viagem oficial. Certamente, não tem pé nem cabeça o escopo da missão. Em
conferência do clima, ela vai tomar a pálavra, e a folhas tantas inserir uma
observação vexatória e como dizia nos seus tempos de mando o regime militar
difundir comentários difamatórios relativos à nossa imagem judiciária.
Decerto, tenha ou não repercussão
maior essa desastrada missão, e mesmo diante das óbvias contradições - que
golpe é esse que permite à acusada ir à sede das Nações Unidas, com a missão de
divulgá-lo e expor-lhe a suposta ilegalidade? - sempre há de ficar alguma coisa. O personagem de Beaumarchais não já
aconselhava aos eventuais interessados? Caluniai,
caluniai, Ficará sempre alguma coisa...
A esse respeito, é pelo menos oportuno que essa tese
sem pé nem cabeça seja desmentida por quem de direito: Assim, o decano do STF,
o Ministro Celso de Mello, afirmou
que a acusação de Dilma é um "gravíssimo
equívoco". Já para o Ministro Dias
Toffoli - que foi secretário de José Dirceu e indicado por Lula ao Supremo:
"o processo assegurou amplo direito
de defesa e alegar golpe agora é uma "ofensa às instituições
brasileiras".
( Fonte: O
Globo )
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