Pelo visto, a viagem de Dilma Rousseff a New York, para
denunciar o golpe que teria sofrido, não funcionou. Em se tratando da
Presidenta, não estaremos comunicando nada que realmente surpreenda.
Com efeito, como todos os brasileiros
que tivemos de aguentá-la, já aprendemos a lição que não é prudente confiar nas
suas promessas.
Como é do conhecimento geral, Dilma
dera como propósito de sua ida a Manhattan
denunciar o golpe que lhe tinha sido
aplicado pelo Congresso.
Depois, acrescentaria a motivação de
igualmente comparecer para a cerimônia das Nações Unidas relativa ao acordo
recentemente firmado em Paris para lidar com o desafio do aquecimento global.
Ficou, no entanto, no meio político
o temor de que Dilma comunicasse da tribuna da Assembléia Geral das Nações
Unidas que o seu impeachment na
verdade tinha sido um golpe... Em outras palavras, repisando a suposta tese
petista que visara desmoralizar a sólida acusação contra ela, apresentando toda
a crise como manobra golpista da oposição.
O povo brasileiro, como se sabe, e o
próprio Supremo não deram crédito à reação do PT, que é interpretada como tentativa
política de negar crédito à seriedade que presidira ao Impeachment.
No seu artigo sobre a viagem de
Dilma, o New York Times tampouco caíu
na trampa. Após assinalar que ela preferira, ao final, não incluir no seu
discurso na Assembléia Geral qualquer menção ao
"golpe", observa que a Rousseff convidara um grupo de
jornalistas, para depois da alocução, e na residência do embaixador brasileiro,
partira para a ofensiva, denunciando seus oponentes, a quem definiu como
'mercadores do golpe' e 'conspiradores', e acrescentou que eles seriam julgados
com severidade pela História.
A matéria do Times reporta igualmente a reação da mídia brasileira, que criticou
a decisão dela de pleitear apoio internacional na sua luta contra o impeachment, como um movimento que
mancharia a imagem da nação.
Faz-se ainda menção ao editorial da Folha de S. Paulo, que condena
inequivocamente a tentativa da Presidenta.
Mas na profusão de citações, a mais forte segundo o Times, é o comentário do Ministro do Supremo, José Antonio Dias Toffoli: " A resposta responsável seria
fazer uma defesa que respeite as instituições brasileiras e transmita uma
mensagem positiva acerca do Brasil para o mundo
- que é uma democracia sólida que funciona e que as suas instituições
agem com responsabilidade."
O Times sublinha que "as palavras de Dias Toffoli têm peso: ele é um antigo advogado do Partido dos
Trabalhadores que foi indicado para a
Corte pelo predecessor de Rousseff e seu patrono político, Luiz Inácio Lula da
Silva."
Como se verifica, uma vez mais dá
chabu tentativa de Dilma. E como já tinha sido notado por esta coluna, a
evolução do Ministro Dias Toffoli já era verificada, e é um desenvolvimento que
deve ser notado com louvor.
( Fontes: The New York Times, O
Globo )
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