Lembram-se os meus 27 leitores, da sessão do Supremo
em que o Ministro fora da curva urdiu um estranho parecer, pelo qual por um
voto os alegres membros do STF derrubaram o anterior, surpreendentemente bem
elaborado pelo novo Ministro Edson Fachin?
Apesar de suas inconstitucionalidades, prevaleceria a proposição do
Ministro Luís Roberto Barroso, malgrado as reservas levantadas pelo Ministro
Dias Toffoli, que se opôs às mexidas, sobretudo aquelas que contrariavam
disposições interna corporis do
Legislativo.
Por força dessa emenda, se teve de
refazer a eleição da comissão especial, em termos menos favoráveis à Oposição,
no que concerne à lista dos deputados que a compunham pela disposição anterior.
Mas o recurso do PCdoB, esse partido
tão aliado do PT que chega a adivinhar-lhe os desejos, acabou não conseguindo
aquilo que colimava - agrupar uma comissão que fosse pró-Dilma.
A Presidenta
tem uma tão fraca aceitação que, mesmo um golpe baixo como aquele vibrado
contra o parecer Fachin, não foi bastante para dar a palma à aflita Dilma!
Agora, passaremos pelas Forcas
Caudinas de mais um processo eleitoral na Câmara. O PT, como sempre ignaro do
ambiente que foi por ele criado, sob a direção de seu senhor dos exércitos, ele
mesmo, Lula da Silva, conta uma vez mais baralhar as cartas, prometer mundos e
fundos, servindo-se, é patente, de o que ao Povo pertence, e não a esses
administradores temporários da coisa pública.
O que conduz Dilma são fatos e
ocorrências demasiado objetivos, de uma presença tão agressiva, que chega a
indispor gente habituada a engolir cobras e lagartos, como se fossem opíparas
refeições. Bem que eles gostariam de acorrer ao próprio chamado e aos engodos
de seu mestre.
Não obstante, como a política não é a
arte do suicídio, qualquer compromisso que porventura escreva na parede - não
importa se em espaços de mármore de Carrara - a maldição de Baltazar,
afugentará aqueles que buscavam mercadejar algum proveito na transação.
Por mais hábil e sinuoso que o
vendedor seja - e é justo que se lhe
atribua tal laurel - o que ele quer negociar põe para correr os eventuais
interessados.
Se para tudo há um limite, a senhora
presidenta não só preenche, mas vai muito além de o que alguém esperar possa
desse presente de grego.
E daí o tétrico andor da
carruagem.
É difícil, quase suicida mesmo,
ir contra a vontade popular.
O processo, enquanto processo,
tende a alimentar ilusões. Em todas as línguas, como, por exemplo,[1] no está muerto quien pelea...
Mas, tendo em vista o quadro, os antecedentes,
e o sentir do Povo, será mesmo necessário passar por tudo isso, para ao final ?...
( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário