sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

O Cerco continua (3)


                                        
          Segundo informa O Globo, documentos apreendidos pela Polícia Federal no escritório do pecuarista José Carlos Bumlai (e o único a ter passe livre para entrar no gabinete presidencial, além da esposa, d. Marisa), em Campo Grande ( MS ) corroboram a tese de que ele pagou parte da reforma no sítio de Atibaia, utilizado amiúde por Lula da Silva. 

          Uma planilha com lista de fornecedores do pecuarista inclui o nome da empresa Fernandes dos Anjos & Porto Montagens de Estruturas Metálicas, vinculado a pagamentos no montante de R$ 550 mil. Em depoimento ao MP de São Paulo, um representante da Fernandes dos Anjos afirma ter recebido R$ 40 mil de Bumlai por serviços na reforma do sítio.

          A força-tarefa da Operação Lava-Jato e o MP paulista tentam identificar os responsáveis pela reforma do sítio, que pertenceria  a dois sócios de um dos filhos de Lula: Fernando Bittar e Jonas Suassuna. O local é usado com frequência pelo ex-presidente (teria visitado o aludido sítio 111 vezes).

          Segundo refere O Globo, o documento que cita a Fernandes dos Anjos foi apreendido em novembro de 2015, na 21ª fase  da Lava-Jato. Faz menção a dois pagamentos à empresa: sem citar datas, o primeiro de R$ 455,3 mil e o segundo, de  R$ 94,6 mil, sem citar datas.

          Assinala-se que tal documento está anexado a um dos processos em que Bumlai é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro por causa  de empréstimo forjado de R$ 12 milhões, contraído em seu nome.  O objetivo era permitir ao PT  o repasse de propina de um fornecedor da Petrobrás.

           De acordo com reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", as escrituras de compra e venda do sítio em Atibaia mostram que o negócio foi formalizado em 29 de outubro de 2010, no escritório do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula.  O imóvel custou R$ 1,5 milhão, dos quais cem mil foram pagos em espécie.

          Pelas escrituras, o negócio foi formalizado no 19° andar de um edifício de escritórios na rua Padre João Manuel, no bairro dos Jardins, em São Paulo. Este é o endereço  do escritório de Teixeira, que é amigo de Lula desde os anos oitenta e padrinho de Luis Claudio, o filho caçula do ex-presidente.

         Ontem, quatro de fevereiro corrente, o ex-Presidente Léo Pinheiro compareceu a Curitiba, onde corre a maior parte dos processos da Lava-Jato, para prestar depoimento  na investigação sobre a participação da empreiteira OAS na compra de móveis planejados da Kitchens, loja de alta qualidade especializada em ítens de cozinha, entregues no sítio de Atibaia e também no triplex que estava reservado para a família Lula no edifício Solaris, no Guarujá  (SP).

        Anteontem, o "Jornal Nacional" mostrou que a compra de ítens de cozinha para o sítio e para o triplex, em 2014, foram realizados na mesma loja em São Paulo. Segundo investigadores, foi possível identificar  que o pagamento foi feito pela empreiteira porque, nas duas compras, o negócio foi fechado por Gordilho.

        Responsáveis por retirar móveis do tríplex do Guarujá, após o caso vir à tona, representantes da empresa de transportes Granero devem ser chamados a prestar esclarecimentos à força-tarefa da Lava-Jato nos próximos dias.  O promotor Cássio Conserino intimou Lula da Silva e sua esposa, dona Marisa, a prestar depoimento na quarta-feira, dia dezessete de fevereiro.

 

( Fontes:  O Globo, O Estado de S. Paulo )

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