quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Como fica o Impeachment ?


                          
        Os partidários de Dilma - e não são poucos - tentam apresentar a petição de impeachment, assinada por Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior, como se fosse criação do Deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara.

       Na verdade, a iniciativa do ex-petista Hélio Bicudo nada tem a ver com manobra do presidente da Câmara. A tramitação para o plenário da Câmara ocorreu por haver falhado a tentativa feita por Cunha com o gabinete civil da Presidência de torná-la moeda de escambo em negociação que atendesse interesses comuns de Dilma e do Presidente da Câmara.

       Se mudou a dinâmica no processo da tramitação, e se a reeleição para a liderança do PMDB de Leonardo Picciani, após o revés anterior, introduz um elemento contrário ao impeachment, a situação continua bastante confusa para que se pronuncie o fim desse processo parlamentar.

       Como assinalou Merval Pereira houve muitos malabarismos para compor a maioria de sete para o retorno de Picciani. Além da licença por um dia do Ministro da Saúde Marcelo Castro, há também outros retornos pontuais de Secretários de Estado para reforçar o time pró-Dilma nos sufragantes para a liderança.

       Muitas questões estão em suspenso, sobretudo pelas contestações de maiores no Supremo quanto ao controverso parecer do Ministro Luís Roberto Barroso, que além de desrespeitar o art. 2 da Constituição, cometera outros erros no respectivo parecer. Há vozes respeitáveis no capítulo - como a do ex-presidente do STF, Carlos Velloso - mas a solução aventada - embargos de declaração - é também sujeita a dúvidas.

       Entrementes, a voz das ruas (e das panelas) como que se aquietou.

       Temos o problema da má-governança, por mais que Palácio e o PT - cuja força numérica existe, ainda que expressão de um passado superado - sejam pontos fora da curva a reclamar solução, todo o vozerio a favor da Presidenta barafunda e confunde a verdade.           

       A má-governança se reflete no crescimento da inflação, no déficit fiscal, e na consequente e sucessiva má-fama do Brasil que virou o cristo das Agências de avaliação de risco.

       Será que temos de aguentar, por força das gorduras do PT - gorduras essas que as próximas eleições consumirão - o desgoverno de Dilma, desgoverno de resto que é mais cruel e impiedoso justamente com as massas que ela dizia serem suas favoritas?

         Com o seu companheiro acuado - tendo de recorrer a medidas extra-legais, como bem assinalou O Globo - o tempo não corre a favor  dessa dupla.

         As mentiras que asseguraram a reeleição - e que provocaram a raiva popular, que fez despencar a aprovação nas consultas - serão mesmo tão coisa do passado? Que página virada é esta, que não desaparece da tela e da memória, pela simples circunstância de que a sua presença nos é martelada com insistência pela inflação, pelo desemprego, pelos déficits no orçamento, pelo desgoverno, e por essa dupla, a quem se faltam partidários, sobram agora milicianos, sempre prontos a agredir e jogar pedras, como se a falta de argumentos os empurrasse para a violência burra?

         Que partido e que líderes são esses, de uma agremiação cuja ganância fê-los continuar a sacar no livreto da confiança do Povo, quando as Lava-Jatos da vida, os questionamentos judiciais - e dentre eles a labuta silente, metódica, honesta dessa expressão jurídica do cidadão integro que é o Juiz Sérgio Moro - a barafunda como governo, só encontra para defendê-los, não mais a perdida confiança do Povo, mas regimentos de milicianos e  esquadrão de advogados?

         E não é que só falta ouvir o brado: onde estão as empreiteiras?

 

( Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo )      

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