segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Mudança para pior


                              

        Não é só o bilhete azul dado ao Ministro José Eduardo Cardozo que sinaliza a mudança  para pior  no Ministério da Justiça.

         É, sobretudo, o motivo de sua exoneração que é grave, pois sinaliza a intenção de mudar a política introduzida pelo falecido Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que convencera o Presidente Lula a conceder autonomia à Política Federal.

        Que a essa altura do campeonato a Administração de Dilma Rousseff pense possível introduzir tal retrocesso na orientação do Ministério da Justiça, mostra a sua falta de sensibilidade política.

        Qual morto vivo, o PT se move no governo de Dilma como se a sua bancada lhe refletisse o peso político. Depois das mentiras que azeitaram a sua reeleição, a Presidenta já paga um pesado preço pelo seu presente  valor - cerca de 12% de apoio da população - que muito diferem dos totais superiores a 50% que a empurraram para o segundo mandato.

        Alguém terá dúvidas sobre o redimensionamento do Partido dos Trabalhadores? O que foi feito com a Petrobrás, transformada pela pilhagem que sofreu, não mais o próprio sonho do Presidente Getúlio Vargas e dos brasileiros que se orgulharam de sua potência e do significado da promessa de maior empresa nacional para o desenvolvimento do Brasil. Ao sangrar a  Petróleo Brasileiro da forma com o que o fez,  o comando petista, no mais alto nível, mostrou até que ponto abismal iam a sua indiferença,  total falta de respeito e de sentido patriótico por talvez o maior  símbolo do trabalho e da grandeza do Brasil. Quando os comissários do PT foram distribuídos como virtuais donatários da distribuição de seus imensos recursos, que não haviam  trepidado em assaltar e dividir em lotes, eles mostraram com descarado cinismo qual era a sua visão da Petrobrás: eles a transformaram em carniça em que a avidez demonstrada não encontrou parâmetros nos tantos episódios da imperante corrupção na Terra da Santa Cruz.

          Que não se enganem os que engendraram a manobra de retirar o Ministro José Eduardo Cardozo do principal ministério político do governo. Com isso, eles apequenaram ainda mais a atribulada segunda Administração Dilma Rousseff. Diz o velho dito que fantasma sabe para quem aparece.

          Mal saído o Ministro Cardozo de a que foi a mais prestigiosa pasta do governo,  que não se façam ilusões com a facilidade que a caracterizou. A autonomia da Polícia Federal não lhes pertence. O resgate moral e ético do Brasil se vê refletido no trabalho consciencioso da Operação Lava-Jato.

         O Povo brasileiro, esse velho Povo Soberano, que está presente na Constituição Cidadã de Ulysses Guimarães, vê com satisfação o avanço da magna Operação, e todos os vultos de história de que por fim nos é lícito orgulhar-nos, nas pessoas do Juiz Sergio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba e dos Procuradores do Ministério Público no seu trabalho pela Justiça.

        Mas a Operação Lava-Jato, além do Ministério Público dignamente representado pelo Procurador-Geral, Rodrigo Janot carece igualmente da Polícia Federal, cujo trabalho realiza com exação na investigação e na respectiva implementação de todas as suas ações, vem fornecendo as necessárias condições para que sejam detidos, interrogados e por fim julgados todos aqueles que participaram da torpe operação de saqueio da Petróleo Brasileiro S.A. E como os últimos tempos têm mostrado a vigilância da Polícia Federal e de todos os elementos da Lava-Jato, quanto à sua capacidade de adentrar os torpes corredores da corrupção, em qualquer forma venha a apresentar-se.

          Vamos respeitar a brilhante passagem do Ministro Márcio Thomaz Bastos pelo Ministério da Justiça. A Nação acompanha atenta o trabalho de todos por um Brasil de que tenhamos orgulho, e muito especialmente, de toda a dedicação e firmeza de quem tem dado prova todos aqueles que integram a Lava-Jato, desde o Ministro Teori Zavascki, no Supremo, o Juiz Sérgio Moro na 3a. Vara Penal de Curitiba, assim como o Chefe do Ministério Público, Mozar Janot, todos os Procuradores nela empenhados, e não por último, assinalados pela seriedade, competência e determinação, o Chefe e integrantes da Polícia Federal, que constiituem  os garantes de que os criminosos e suspeitos de ações abrangidas pela sua missão sejam detidos, para que, com os bênçãos e o orgulho do Povo Soberano, deixemos de ser o país do jeitinho e da impunidade. A obra começada pelo Presidente Joaquim Barbosa, culminada com a Ação Penal 470, por ele sabiamente conduzida e com o apoio da maioria do Supremo Tribunal Federal, continua agora com a Lava-Jato e outras operações congêneres que levantam mais alto o brio de nossa gente.

            Não se trata de Política com p minúsculo e que não se arvorem aqueles em pensar que, com afastamentos que se querem pontuais, hão de lograr os seus inconfessos objetivos.

             Não se lancem em desabalada corrida, porque a sina dos lêmures é demasiado conhecida. 

( Fonte: site de O Globo )

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