terça-feira, 4 de agosto de 2015

Desafios para o Minha Casa Minha Vida

              

                    O programa Minha Casa Minha Vida constitui uma das principais bandeiras da Administração Dilma I. Como a mídia tem assinalado, há diversos conjuntos que permanecem fechados por falta de ligação com serviços essenciais e outros que foram invadidos por estranhos. No entanto, a maior parte já está sendo utilizada, dado um teto para quem antes vivia precariamente, ou com aluguel social, ou em casebres na favela, ou amontoados em apartamentos de parentes.

                   Esse programa se estendeu por todo o Brasil, e tem proporcionado a muitas famílias residências dignas, para quem antes vivia precariamente com os seus.        

                   No entanto, o Minha Casa Minha Vida enfrenta por vezes problemas que podem ser facilmente resolvidos se os moradores dos imóveis respectivos tiverem respeito pelas áreas comuns do prédio.

                   A disposição do lixo residencial é um problema social e também de educação da comunidade. Manter asseado o respectivo apartamento será uma tarefa incompleta se o condômino achar que as áreas comuns do edifício devem ser deixadas ao deus dará. 

                   A educação social é um requisito de todos os bairros, não os de ricos e de classe média, mas também os das chamadas classes C e D. Viver em entornos asseados, com as áreas comuns limpas, não é capricho de rico ou de grã-fino. Será atitude que atende não só ao próprio respeito – seu e de sua família – mas também ao entorno em que vive.  O interesse próprio aí se une ao interesse comum. De que serve viver em apartamento limpo e asseado, se se está circundado por verdadeiras pocilgas, nos corredores, halls e áreas comuns do edifício?  Daí o interesse conjunto de residir em entornos em que se viva bem, em ambientes limpos e, por conseguinte, livres de insetos, pragas e pequenos animais para os quais  a imundície constitui fonte de alimento e vida.

                   O Minha Casa Minha Vida é um programa social, e os seus moradores por algum motivo terão feito jus a transferir-se de casebres na favela, de encostos em casas de parentes, para um nível superior de quem possui uma residência. O Governo tem a obrigação de criar o entorno social dos imóveis construídos, não só para atender ao interesse dos moradores (que são proprietários dos apartamentos) e que carecem de acostumar-se a viver em sociedade. Isto se traduz no respeito ao vizinho, no cuidado com as áreas comuns do prédio – longe deve estar a idéia de que o comum não é de ninguém. Dessa noção errada surgem consequências e atitudes antissociais e burras. Está no interesse de cada um e de todos de manter limpo e apresentável o espaço social comum. A preservação do respectivo ambiente é um primeiro sinal de que o morador abandonou a noção burra em que só interessa o que é seu.  Como o comum  a todos pertence,  todos devem cuidar dele e assim fazendo,  agir no próprio interesse.  Quem quer viver numa pocilga, deve juntar-se aos porcos e não a seus condôminos.

                      Um fracasso do programa Minha Casa – Minha Vida não representaria apenas mais uma derrota da Administração Dilma II. Temos amiúde no Brasil o vezo de fazer as coisas pela metade. Montar, por exemplo, esse grande cometimento social e deixá-lo encalhar na falta de providências menores, mas de igual ou virtual importância, como a sua adequação social, o seu controle na época inicial para que as boas intenções não desandem, e a necessidade de acompanhamento e fiscalização para que o mais não se perca por artes do menos.

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