quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Da Governabilidade do Dilma II

                                          
       
            A crise do Governo Dilma Rousseff  II  se agrava. Se há varias indicações dessa deterioração ,  a conjunção de fatores negativos continua a acentuar-se.

             A última pesquisa do Datafolha dá o viés de uma Administração que se debate em águas sempre mais encapeladas, num cenário em que não há por ora vislumbre de uma reação contra tal tendência.

              Segundo o Datafolha, a descida continua. Agora o seu governo passa a ser ainda menos popular do que o de Fernando Collor, nas jornadas que precederam o seu impeachment pelo Congresso.

              Já a luz amarela se acendera na pesquisa anterior, com apoio popular na beira dos dois dígitos, com viés negativo.  Essa tendência ora se confirma, com a aprovação encolhida para 8% (ótimo/bom) o que lhe faz a mais baixa em geral, e sobretudo mais grave do que aquele conceito dado a seu único antecessor colhido pelas fauces do impeachment, com 71% ( ruim-péssimo) de rejeição, acima dos 68%  atribuídos a Collor nas vascas da destituição.

               Mas as coisas não param aí. Os efeitos negativos se dão as mãos e ainda pioram ulteriormente uma situação já bastante difícil.

               Com a impopularidade de Dilma que semelha retroalimentar-se por produtos colaterais que são a ela ligados, sua liderança política parece esvair-se, enquanto aparências de desespero – que não sói ser bom conselheiro – fazem que seu principal auxiliar venha a público.  Ele já marcara a sua chefia por uma série de malogros, a começar pela derrota do candidato da Presidente à chefia da Câmara, vencido por Eduardo Cunha, que ora vem sendo uma das nêmesis de Dilma.

               Pois, nessa vigésima-quinta hora, o mea-culpa de Aloisio Mercadante, admitindo falhas no diálogo,  ou chega tarde, ou piora a situação.

              A agenda do Congresso está recheada de propostas demagógicas que só contribuirão para agravar ainda mais uma posição fiscal que, por conta das insanidades do Dilma I, continua a preocupar.

              O brutal enfraquecimento da Presidenta não tem podido impedir  a aprovação de  tais loucuras – que seja dito de passo   se realiza contra o parecer dos especialistas no ramo. Essa veia negativista – tão bem marcada pela aprovação até pelo PSDB da supressão do fator previdenciário – segue, no que parece uma corrida de lemingues direto para o precipício.

              Seria como a força de desfazer o legado da Rousseff fosse tão impetuosa, que a tudo levasse de roldão, até mesmo propostas sensatas do Ministro Joaquim Levy.

              Mas nesses movimentos confusos – e esdrúxulas, demagógicas proposições como a descomunal elevação da folha dos magistrados – se entrevê a desagregação do governo e de sua liderança. Assim, os seus lancinantes apelos não são ouvidos, e a regra do quanto pior, melhor semelha ser a triste diretiva desses tempos de crise.

              Enquanto os corruptos tremem, os justos – e ainda os há! – olham à direita e esquerda, esquadrinhando quem vem lá e com quais propósitos.

              Se o Conselheiro Acácio pronuncia o momento como difícil, o lugar-comum não consegue dissipar a névoa, nem reduzir a angústia.

              Estaremos acaso no mato, e ainda por cima sem cachorro?

              Tomemos cuidado para não nos enrascar ainda mais.

               Confiemos em quem merece confiança.  Que não atrapalhem o trabalho sério do Juiz Sérgio Moro.

                E bola pra frente, pois não é que dizem que Deus é brasileiro?

 

( Fontes:  Folha de S. Paulo,  O  Globo )

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