Hillary domina debate democrata.
No debate do
Partido Democrata, Hillary Clinton,
consciente mas sem vangloriar-se de sua condição de front runner, soube manter o encontro sob controle.
Na verdade,
ela estava atenta em não deixar passar informações ou impressões sobre a
candidata na frente das pesquisas, mas tomou sempre cuidado de não cair em
armadilhas e/ou provocações.
Sem
exibi-lo de forma manifesta, o comportamento da candidata teria sempre debaixo
da manga a sua condição de favorita
na disputa com o Senador Bernie Sanders,
do Vermont, e o ex-governador de Maryland, Martin
O'Malley.
Mesmo
alguém sem qualquer outra informação, se daria conta de que, em sendo o mais agressivo, Malley é
também aquele que luta até hoje, em vão,para sair do último lugar na pesquisa dos
candidatos democratas.
O próprio
Senador Sanders não pareceu tão pugnaz quanto em vezes anteriores. Tampouco
mostrou vontade de reacender a questão de ter o próprio comitê eleitoral através
de um de seus ajudantes acessado e copiado informações sobre os partidários de
Hillary nos dados do Partido Democrata. Confrontado por moderador da Rede ABC se não era o caso de um pedido
de desculpas, Sanders concordou e disse: Peço
desculpas.
Além de não deixar passar nada que
merecesse ser contestado, Hillary Clinton adotou postura de candidata que se
avantaja no terreno, sem contudo cair nas armadilhas da hübris. Por isso, ela utilizou boa parte do tempo para atacar os
seus rivais republicanos e
notadamente o front-runner do GOP, Donald J. Trump. Qualificou
Mr Trump como uma ameaça para a segurança nacional, dizendo que ele se estava
tornando "o melhor recrutador para o Exército Islâmico".
Se
Hillary não perdeu oportunidade de rebater qualquer argumento de seus dois
rivais democratas, ela mostraria de forma não tão sutil que, dada a situação,
ela até ignorava os dois adversários no debate - Sanders e O'Malley - e frisou
que "trazendo de volta o fator Donald Trump, ninguém sensato alienaria os
próprios países que poderiam integrar a coalizão anti-ISIS" (reportando-se
aos inúmeros países islâmicos que são potenciais
aliados militares contra o ISIS).
Por outro
lado, Hillary Clinton se comprometeu - tendo em mente sobretudo nos votantes
que repelem os aumentos de impostos - em
não aumentar impostos sobre unidades familiares que ganhem menos de US$
250.000,00 por ano.
Os seus
dois oponentes democratas - o Senador Sanders e o ex-governador O'Malley, nas
suas intervenções finais, compararam o trio democrata de forma favorável ao
campo do GOP: "Penso que temos muito mais a oferecer ao
Povo americano que os extremistas de direita", disse o Senador Sanders.
Mas como
assinalou o repórter do Times, saindo
ilesa de mais um debate, a Senhora Clinton terá achado mais oportuno referir-se
à volta de Star Wars (Guerra nas
estrelas)
E,
sorridente, Hillary despediu-se: 'Muito
obrigada, boa noite e que a força esteja com vocês"...
A Fase de Interrogatórios da Polícia Federal
Noticia O Globo deste sábado que
o ex-Presidente Lula da Silva disse
em depoimento à Polícia Federal que coube ao então Ministro José Dirceu
(hoje atrás das grades), e que era da Casa
Civil, indicar diretores da Petrobrás
suspeitos de comandar o esquema de corrupção na referida Estatal.
Segundo
as declarações de Lula da Silva, os
diretores foram indicações políticas dos partidos e que ele apenas recebia as
indicações a partir de acordos políticos. "O processo de escolha dos nomes dos diretores não contava com a
participação do declarante", segundo citação do termo do depoimento,
que foi anexado ao inquérito.
O petista
imputou à Casa Civil e à coordenação política de seu governo a responsabilidade
por fazer, respectivamente, o encaminhamento das indicações e os acordos políticos necessários à ocupação
dos cargos. Lula disse que não conhecia Renato Duque, ex-diretor de Serviços da
Petrobrás, atualmente preso em Curitiba por suspeita de operar esquema de
desvios de recursos da Estatal.
Segundo
o depoimento de Luiz Inacio Lula da Silva "o nome de Renato Duque foi
levado à Casa Civil da Presidência da República, à época chefiada por José
Dirceu". Foi o que Lula disse ao Delegado Josélio Azevedo de Sousa. Ainda
a respeito de Renato Duque, Lula da Silva
asseverou não saber se foi o PT o responsável pela indicação de Duque.
Sobre
Nestor Cerveró, que ocupou a Diretoria Internacional e que também é suspeito de operar o esquema, Lula da
Silva disse "achar" que o nome foi uma indicação do PMDB. Dentro
da mesma linha, acrescentou: "O declarante recebia os nomes dos diretores
a partir dos acordos políticos firmados. Esse processo de acordos políticos era
feito normalmente pelo ministro da área, pelo coordenador político do governo e
pelo partido interessado na nomeação." Nesse contexto, o ex-presidente
afirmou ter tido diferentes coordenadores políticos em oito anos de governo.
Citou, a propósito, os petistas Tarso Genro, Alexandre Padilha e Jaques Wagner,
que é o atual ministro da Casa Civil. Também citou Aldo Rebelo, do PCdo B, hoje
Ministro da Defesa.
A
indicação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento partiu do
PP, segundo Lula, e também "foi levada à Casa Civil para deliberação e
posterior nomeação do declarante"."Ao final deste processo o
declarante (José Dirceu) concordava ou não com
nome apresentado, a partir dos critérios técnicos que credenciavam o
indicado."
Lula
afirmou, outrossim, dentro dessa postura burocrática, mas aqui talvez com um
toque de humor negro: o depoente "disse acreditar que o ex-tesoureiro do
PT João Vaccari Neto, preso em Curitiba, será absolvido". Quanto a sua proximidade ao pecuarista e
lobista José Carlos Bumlai, investigado e preso na Lava-Jato, Lula da Silva
disse ter "relação de amizade" com Bumlai, mas negou ter tratado de
qualquer negócio ou indicação política com ele.
Como
se verifica pelas declarações de Luis Inácio Lula da Silva, há uma grande
semelhança entre a questão ora a cargo do Juiz Sérgio Moro, de Curitiba, que se
ocupa - e até agora com muito êxito - e o método utilizado no Mensalão do PT
(Ação Penal 470), consoante julgada e com os indigitados, a começar pelo mesmo
José Dirceu, também condenados pelo Supremo Tribunal Federal, então presidido
pelo Ministro Joaquim Barbosa. Nessa
ação o ex-presidente Lula da Silva mostraria o mesmo comportamento, eis que,
segundo declarou, tudo foi feito sem que ele tomasse conhecimento, eis que toda
a questão esteve a cargo do então Chefe da Casa Civil de Lula da Silva, então o
Ministro José Dirceu, que pediu demissão do cargo, voltou para a Câmara dos
Deputados, aonde lhe esperava a cassação, e seria mais diante indiciado,
julgado e condenado no quadro da Ação Penal 470, pelo mesmo Presidente Joaquim
Barbosa, e os demais membros do Supremo.
( Fontes: O Globo, Veja, New York Times )