segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Notícias direto do Front


                             
O Renmimbi sobe de categoria

 

         Segundo se noticia, a moeda oficial da República Popular da China, o renmimbi  teve reconhecida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) a sua condição de moeda de reserva mundial. Para elevar o nível da respectiva moeda, o governo da China teve de concordar em submetê-la a uma série de controles financeiros, de acordo com as normas do Fundo Monetário.

         Se este avanço representa um claro reconhecimento da progressão chinesa em matéria de finanças e de comércio internacional, assim como do peso da economia chinesa nas relações econômicas e financeiras internacionais, esta subida de categoria não é obtida sem que se haja submetido aos necessários controles estabelecidos pelo FMI para esta categoria de moeda. Em troca dessa distinção internacional, as autoridades financeiras de Beijing não mais poderão valer-se de expedientes empregados no passado no que tange à paridade do renmimbi.

        Assinale-se que o Renmimbi entra agora na seleta companhia do Dólar estadunidense, do Euro, do Yen japonês e da  Libra Esterlina, que são as principais divisas empregadas nos fundos de reserva internacional.

        

Os Avanços do ISIS

 

           A relativa facilidade com que o Exército Islâmico abocanhou  uma parte importante do Iraque setentrional terá surpreendido o Ocidente e, em especial, os Estados Unidos, pelo que Washington tem gasto em créditos militares para reforçar as forças armadas de Bagdá.

            Se no tempo de Saddam Hussein, o Iraque era respeitado como força militar, a ponto de haver prevalecido na guerra contra o Irã, hoje em dia a situação mudou radicalmente, na medida em que Teerã dispõe de um exército muito melhor estruturado e equipado do que o Iraque, sob a liderança xiita.

            Quando o ISIS se tornou uma força muito agressiva no Oriente Médio e, nesse sentido, ele começou a ampliar o seu território às custas dos respectivos vizinhos. Nesse contexto, cederam largos espaços ao DAESH[1],  em especial o restante da Síria sob domínio de Bashar al-Assad, e mais a leste, o Iraque do Norte.

            Se os curdos e a fortiori quando bem armados constituem temíveis adversários contra os soldados do E.I. do Califa al-Baghdadi, os iraquianos tem sido os adversários que o ISIS pede a Alá, não só pela sua desorganização militar, mas também pelo modo inepto com que se deixaram varrer do Iraque do Norte.

                    Como os Estados Unidos dispenderam substanciais somas para aparelhar e estruturar o exército xiita de Bagdá, e toda essa injeção de equipamento militar, armamento, sem falar na figura dos assessores militares com que a superpotência tem procurado reforçar o exército iraquiano, não impediram a progressão e a queda da segunda cidade em importância no Iraque, além da área petrolífera que se acha na parte norte do país.

                    Nesse contexto, dado o abismal desempenho militar iraquiano diante da invasão do E.I. - que incluíu, outrossim, a conquista de área povoada por yazigis, que é uma seita sincretista assinalada pelo pacifismo de seus integrantes.

                    Dentro da prática americana de fazer relatórios em que se procura determinar as causas de eventuais malogros, o que nesse caso específico é uma tarefa que pode ser bastante constrangedora à luz do contribuinte americano, existe a possibilidade de que seja necessário um exame mais detido da atuação militar do Iraque.

                    Para começar, as primeiras avaliações têm provocado alguma perplexidade entre os inspetores, nessa fase preliminar, que pode ou não desembocar em um verdadeiro inquérito.

                    O que de início tem provocado espécie é a maneira com que o relatório preliminar sobre o avanço do ISIS e a retirada do exército iraquiano tem dado a impressão de mascarar o comportamento iraquiano, que pode parecer reminiscente do velho exército italiano, quando em debandada na Segunda Guerra Mundial.

                     Como se sabe, os relatórios de perdedores constituem em geral um exercício em mascarar fugas e retiradas - nesse contexto, quando a guerra na Rússia mudou de sentido, e começou o longo recuo da Wehrmacht, os relatórios da OKW passaram a ser um modelo de dissimulação quanto à evidência da derrota alemã.

                     Ainda não se sabe se o Pentágono fará uma investigação aprofundada, mas o texto dos relatórios já é de natureza a levantar algumas sobrancelhas. Assim, ao invés de descrever o que foi uma batida em retirada, os relatórios dos assessores americanos são bastante mais discretos. Ao invés de descrever a fuga ou debandada dos batalhões iraquianos, os textos examinados falam que as unidades iraquianas deploy diante do inimigo. Assim, esta mudança tática de postura bélica diante do inimigo semelha uma maneira demasiado positiva de descrever a reação do exército iraquiano, que na realidade recorria ao velho pernas pra que te quero diante da investida dos destacamentos do E.I. ...

 

( Fonte: The New York Times )



[1] Acrônimo em Árabe, que equivale a ISIS.

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