Encontros de Bumlai com a Odebrecht
O bom amigo do Presidente
Lula,o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai manteve sete encontros reservados com o presidente da Odebrecht, Marcelo
Odebrecht. Tais reuniões ocorreram entre 2010 e 2013.
Os ditos encontros foram mapeados pela
Polícia Federal na agenda do celular de Marcelo, que está preso desde junho
último em Curitiba.
Em troca de e-mails entre Marcelo e executivos de empresas suspeitas de
participarem no esquema de corrupção na Petrobrás, é possível identificar a
atenção dada pela presidente da Odebrecht a Bumlai.
Assim, em viagem do presidente Lula à
Guiné, na África, em 2010, Marcelo orienta Alexandrino Alencar, ex-diretor da
Odebrecht (solto na última sexta-feira, depois de 4 meses de detenção) "a
não deixar o pecuarista solto" ao lado de Lula, em referência a Bumlai.
A P.F. conseguiu identificar, com o
cruzamento de informações apreendidas na Lava-Jato um dos temas a serem
tratados entre o pecuarista e Marcelo: a privatização das estradas brasileiras.
Assim que a troca de mensagens foi
exposta na Lava-Jato, em outubro, a defesa de Bumlai disse que o empresário não
tem e não teve 'qualquer negócio no setor de rodovias' e que nunca participou
de concessões federais de estradas.
Bumlai aparece em outras trocas de
mensagens de Odebrecht e seus executivos. O empreiteiro e 5 funcionários do
grupo foram os alvos principais da
Operação Erga Omnes - 14ª fase da Lava-Jato, que tratou da Odebrecht e da
Andrade Gutierrez. Essas pessoas, presas
desde junho, se reportam a Bumlai como "pecuarista".
Agora a Odebrecht tem dificuldade de
identificar os motivos dos encontros. E se reportam que a pedido da defesa, o
Juiz Moro determinou sigilo sobre o relatório em questão.
Problemas com o Bolsa Família
Esse programa, que é o grande fanal
do assistencialismo do governo Dilma, vem sofrendo atrasos nos repasses mensais
para custear a gestão do programa.
Nesse ponto, é importante ter
presente o que diz Neto Evangelista, Secretário do Desenvolvimento Social do
Maranhão, o que trocado em miúdos deve dizer gestão estadual desse programa
assistencialista (o Maranhão é um dos estados mais dependentes do Bolsa
Família, se não o maior a título absoluto, eis que 92% de sua população
dependeria de tal programa)
" Para alguns municípios, esse
recurso faz muita diferença. O atraso acaba impactando tanta na gestão do que
já existe e também na mobilização das equipes para a busca ativa. O problema é
que, ao longo do tempo, os municípios vão ganhando competências mas não recebem recursos."
Como além do depósito dos recursos
aos beneficiários, são necessários aportes para a gestão do programa, de julho
para cá, por conta do ajuste fazendário, nenhum centavo do dinheiro destinado a
manter o funcionamento do Bolsa Família foi depositado nas contas. Não obstante,
os benefícios do programa assistencialista estão sendo pagos em dia, conforme
assegurariam as autoridades consultadas.
O Sr. Paulo Ziulkoski, presidente
da Confederação Nacional de Municípios, está preocupado. A que se destinam esses recursos
suplementares (o orçamento previsto para este ano - estados e municípios -é de
R$ 535 milhões. A turma das administrações estaduais e municipais reclama por
que só receberam R$ 263,8 milhões). Por
que será que o Dr. Joaquim Levy está retendo todo esse dinheiro?
A esse respeito, Ziulkoski, afirma
que "a estrutura funcional é enorme. São várias exigências. Tem que
cadastrar beneficiários, alimentar o sistema, ver se o menino registrou
presença na escola (sic), se a grávida
fez o pré-natal". Para o Presidente
da Conf.Nacional dos Municípios "quase seis meses de atraso geram uma
quantia considerável, que faz diferença para as prefeituras."
O que talvez o Ministério da Fazenda,
dentro do aperto por que passa, e pelo enorme déficit previsto, não há de
perguntar-se se essas administrações locais não estariam por acaso esperando tal
dinheirama para atender outras necessidades, eis que os serviços existem, e
para que tanto dinheiro suplementar, se tivermos presente o tamanho dos
municípios e sua proximidade dos fregueses do bolsa-família. Será que a prata
da casa já não deve procurar atender o interesse maior do município, com os
recursos próprios, ou deve esperar para ser paga por serviço que já está no
interesse da administração municipal realizar?...
Vitória em Mianmar do Partido de Suu Kyi
Com efeito, na antiga Birmânia,
hoje Mianmar, o pleito nacional está apresentando um quadro que já era conhecido
da maioria, vale dizer a vitória da Liga Nacional pela Democracia (LND), o que
pode se traduzir numa presença determinante do Partido de Suu Kyi.
Por um casuismo do regime militar
(um dos mais corruptos), a grande resistente - que esteve em prisão domiciliar
e é detentora do Nobel da Paz - a Carta vigente (que foi imposta pelo Exército)
proibe a birmaneses e birmanesas que tenham filhos estrangeiros de ser
presidente.
O artigo seria ridículo se não
refletisse o discricionarismo castrense e o ridículo de inserir na Constituição
uma proibição tão antidemocrática, quanto singularmente óbvia. Não faria muita
diferença se os militares baixassem artigo proibindo Aung San Suu Kyi de ser
presidente...
A par disso, os precedentes
históricos induzem a cautela. Há 25 anos a LND logrou 60% dos votos, mas o fato
de ganhar não se traduziu em qualquer participação no governo. O regime continuou repressivo e corrupto como
antes, e Suu Kyi foi mantida em prisão domiciliar até há pouco tempo.
Sem embargo, falar em vitória
democrática em Mianmar se afigura um tanto prematuro. Como o presidente da república é escolhido em
votação indireta (pelo Parlamento), e um quarto do dito parlamento é nomeado
pelo Exército, a LND precisa alcançar 332 cadeiras para atingir maioria que lhe
assegure montar governo. Tal só é possível através de alianças com partidos
menores. O cinismo bonapartista do regime militar os transforma em verdadeira
casta acima dos demais mortais, e não contente com isso, acrescenta o obstáculo
adicional do casuísmo contra Suu Kyi.
( Fonte: O Globo )
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