segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Notícias direto do Front


                                     

Encontros de Bumlai com a Odebrecht

 

       O bom amigo do Presidente Lula,o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai manteve sete encontros reservados com o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. Tais reuniões ocorreram entre 2010 e 2013.

       Os ditos encontros foram mapeados pela Polícia Federal na agenda do celular de Marcelo, que está preso desde junho último em Curitiba.

       Em troca de e-mails entre Marcelo e executivos de empresas suspeitas de participarem no esquema de corrupção na Petrobrás, é possível identificar a atenção dada pela presidente da Odebrecht a Bumlai.

       Assim, em viagem do presidente Lula à Guiné, na África, em 2010, Marcelo orienta Alexandrino Alencar, ex-diretor da Odebrecht (solto na última sexta-feira, depois de 4 meses de detenção) "a não deixar o pecuarista solto" ao lado de Lula, em referência a Bumlai.

        A P.F. conseguiu identificar, com o cruzamento de informações apreendidas na Lava-Jato um dos temas a serem tratados entre o pecuarista e Marcelo: a privatização das estradas brasileiras.

         Assim que a troca de mensagens foi exposta na Lava-Jato, em outubro, a defesa de Bumlai disse que o empresário não tem e não teve 'qualquer negócio no setor de rodovias' e que nunca participou de concessões federais de estradas.

         Bumlai aparece em outras trocas de mensagens de Odebrecht e seus executivos. O empreiteiro e 5 funcionários do grupo foram os alvos principais  da Operação Erga Omnes - 14ª fase da Lava-Jato, que tratou da Odebrecht e da Andrade Gutierrez.  Essas pessoas, presas desde junho, se reportam a Bumlai como "pecuarista".

         Agora a Odebrecht tem dificuldade de identificar os motivos dos encontros. E se reportam que a pedido da defesa, o Juiz Moro determinou sigilo sobre o relatório em questão.

 
Problemas com o Bolsa Família


           Esse programa, que é o grande fanal do assistencialismo do governo Dilma, vem sofrendo atrasos nos repasses mensais para custear a gestão do programa.

           Nesse ponto, é importante ter presente o que diz Neto Evangelista, Secretário do Desenvolvimento Social do Maranhão, o que trocado em miúdos deve dizer gestão estadual desse programa assistencialista (o Maranhão é um dos estados mais dependentes do Bolsa Família, se não o maior a título absoluto, eis que 92% de sua população dependeria de tal programa)

           " Para alguns municípios, esse recurso faz muita diferença. O atraso acaba impactando tanta na gestão do que já existe e também na mobilização das equipes para a busca ativa. O problema é que, ao longo do tempo, os municípios vão ganhando  competências mas não recebem recursos."

            Como além do depósito dos recursos aos beneficiários, são necessários aportes para a gestão do programa, de julho para cá, por conta do ajuste fazendário, nenhum centavo do dinheiro destinado a manter o funcionamento do Bolsa Família foi depositado nas contas. Não obstante, os benefícios do programa assistencialista estão sendo pagos em dia, conforme assegurariam as autoridades consultadas.

            O Sr. Paulo Ziulkoski, presidente da Confederação Nacional de Municípios, está preocupado.  A que se destinam esses recursos suplementares (o orçamento previsto para este ano - estados e municípios -é de R$ 535 milhões. A turma das administrações estaduais e municipais reclama por que só receberam R$ 263,8 milhões).  Por que será que o Dr. Joaquim Levy está retendo todo esse dinheiro?

             A esse respeito, Ziulkoski, afirma que "a estrutura funcional é enorme. São várias exigências. Tem que cadastrar beneficiários, alimentar o sistema, ver se o menino registrou presença na escola (sic), se a  grávida fez o pré-natal".  Para o Presidente da Conf.Nacional dos Municípios "quase seis meses de atraso geram uma quantia considerável, que faz diferença para as prefeituras."

             O que talvez o Ministério da Fazenda, dentro do aperto por que passa, e pelo enorme déficit previsto, não há de perguntar-se se essas administrações locais não estariam por acaso esperando tal dinheirama para atender outras necessidades, eis que os serviços existem, e para que tanto dinheiro suplementar, se tivermos presente o tamanho dos municípios e  sua proximidade dos fregueses do bolsa-família. Será que a prata da casa já não deve procurar atender o interesse maior do município, com os recursos próprios, ou deve esperar para ser paga por  serviço que já está no interesse da administração municipal realizar?...



Vitória em Mianmar do Partido de Suu Kyi

 
            Os resultados da primeira eleição democrática em 25 anos estão dando ao maior nome do país, Aung San Suu Kyi , uma grande vitória parlamentar.

            Com efeito, na antiga Birmânia, hoje Mianmar, o pleito nacional está apresentando um quadro que já era conhecido da maioria, vale dizer a vitória da Liga Nacional pela Democracia (LND), o que pode se traduzir numa presença determinante do Partido de Suu Kyi.

             Por um casuismo do regime militar (um dos mais corruptos), a grande resistente - que esteve em prisão domiciliar e é detentora do Nobel da Paz - a Carta vigente (que foi imposta pelo Exército) proibe a birmaneses e birmanesas que tenham filhos estrangeiros de ser presidente.

             O artigo seria ridículo se não refletisse o discricionarismo castrense e o ridículo de inserir na Constituição uma proibição tão antidemocrática, quanto singularmente óbvia. Não faria muita diferença se os militares baixassem artigo proibindo Aung San Suu Kyi de ser presidente...

             A par disso, os precedentes históricos induzem a cautela. Há 25 anos a LND logrou 60% dos votos, mas o fato de ganhar não se traduziu em qualquer participação no governo.  O regime continuou repressivo e corrupto como antes, e Suu Kyi foi mantida em prisão domiciliar até há pouco tempo.

              Sem embargo, falar em vitória democrática em Mianmar se afigura um tanto prematuro.  Como o presidente da república é escolhido em votação indireta (pelo Parlamento), e um quarto do dito parlamento é nomeado pelo Exército, a LND precisa alcançar 332 cadeiras para atingir maioria que lhe assegure montar governo. Tal só é possível através de alianças com partidos menores. O cinismo bonapartista do regime militar os transforma em verdadeira casta acima dos demais mortais, e não contente com isso, acrescenta o obstáculo adicional do casuísmo contra Suu Kyi.

 

( Fonte:  O  Globo )

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