domingo, 8 de novembro de 2015

Colcha de Retalhos C 43


                                   
Ofensiva aérea contra EI

 

      Depois de início marcado pela participação de aliados tanto ocidentais, quanto do Oriente Médio, os Estados Unidos ora se encontram quase sozinhos, em especial nas missões aéreas de bombardeio contra alvos do Estado Islâmico em antigos territórios sírios.

       Dentro da promessa ao Congresso americano do Secretário de Defesa estadunidense Ashton Carter de incrementar esses ataques, em especial contra os principais núcleos do E.I., assim como os seus campos de petróleo, havidos como o principal esteio econômico do ISLI.

       Sem embargo, a participação dos aliados árabes e ocidentais vem diminuindo, com 5% dos 2700 ataques aéreos na Síria, e 30% dos 5100 no Iraque.

        Assim, os últimos ataques da U.E.A.  datam de março, os da Jordânia de agosto (a considerar a bárbara execução do piloto jordaniano aprisionado pelo EI), os da Arábia Saudita (de setembro),e Bahrein em fevereiro. Por outro lado, é também modesta a quota do Quatar.

         Apesar da grande diferença horária dos voos da base turca de Incirlik (quinze minutos), dos que saem de bases no Golfo Pérsico  (quase cinco horas), tanto os ocidentais (França, Canadá e Austrália) continuam a preferir essas últimas. Por outro lado, o novo Primeiro Ministro do Canadá, Justin Trudeau, já anunciou que pretende cessar os voos contra o Estado Islâmico.

           Dada a aliança russa com a Síria, os ataques russos não são computados, eis que objetivam atacar apenas os rebeldes sírios. No que tange ao E.I., a recente explosão de avião de turismo russo nas cercanias de Sharm el-Sheik (provavelmente por artefato colocado na bagageiro do avião) tende a tornar uma eventual participação de Moscou nessa campanha como bastante improvável, dado o número de regiões nos domínios russos sob influência islâmica.

 
 
Rompimento da Barragem em Mariana

 

            De um lado o descaso, a negligência que cercam a ruptura da barragem:  dois dias depois do desastre há dois mortos confirmados e 28 desaparecidos no lamaçal.

               Há muitas interrogações em torno dessa catástrofe, e talvez a maior delas esteja na falta de uma sirene para avisar os moradores em risco do perigo de vida que corriam.

               Eles foram avisados por telefone. Há necessidade de comentário sobre o considerável aumento do risco ambiente?

 

Encontro 'histórico' entre Xi Jinping e Ma Ying-jeou

 
                  Pelo que cercou o encontro em Cingapura dos presidentes da RPC e de Taiwan, parece distante a perspectiva de união entre os dois países.

                    Formosa entra nisso como símbolo, eis que os números são esmagadores. A par disso, a posição do líder formosino é por ora minoritária na ilha, sendo provável que o Kuomintang (o antigo partido vindo da China com Chiang kai-shek) vá perder as eleições de janeiro próximo.  O partido rival, o PPD (partido Progressista Democrático) surge hoje como o provável vencedor.  Conquanto defendam também a aproximação com Beijing, eles tem a independência como principal bandeira política.

 
EUA - Situação dos candidatos a um ano das eleições

 


                      Por ora, os democratas têm apenas três candidatos, e na verdade, dois.
                      Hillary Clinton exibe 56% das preferências, e o que é mais importante, já deixou para trás o caso do uso da conta privada de e-mails,  a falsa questão que durou tanto tempo, máxime por causa de seu tratamento inadequado por Hillary. Quando ela decidiu tratar verdadeiramente do problema, a questão se dissolveu de forma bastante rápida, a ponto inclusive que o seu principal adversário até agora, o populista Bernie Sanders (31%) dizer no seu último debate que já estava farto de discutir sobre o tema. E, por fim, Martin O'Malley, com 2%...

                      Por sua vez, o campo do GOP continua apinhado, mas se examinarmos de forma mais detida, a aglomeração candidatícia corresponde mais a teimosia de alguns, do que ao real enfrentamento de grandes nomes.

                      Donald Trump continua na dianteira (26%), se bem que a pequena vantagem sobre o mais direto rival, Ben Carson (23%) reflita inegável baixa no apoio do eleitor médio à grande surpresa até agora dessa disputa eleitoral. Ambos são conservadores, e Carson seria uma espécie de réplica do GOP ao Presidente Obama.  Ambos são afro-americanos, mas aí acabam as semelhanças, eis que Carson esposa posições que dariam calafrios à maioria dos simpatizantes do atual presidente.

                      Seguem na lista dos desafiantes republicanos,  os senadores Marco Rubio e Ted Cruz, empatados com 11%, os dois com comovente reacionarismo. Rubio enfrenta igualmente escândalo no uso indevido de cartão.

                       Os demais são liderados (?) por Jeb Bush, que tem 4% das preferências, e o que é pior, a própria campanha não decola, e, por isso, os apoiadores ameaçam retirar-lhe a dinheirama que a ele foi prometida pela circunstância familiar de ter dois presidentes na família, o velho George Bush, presidente de um só mandato (derrotado pelo democrata Bill Clinton) e o irmão, George Bush Jr. - cujas maiores realizações estão (a) no fato de ter sido o primeiro presidente americano eleito pela Corte Suprema - contra Al Gore, que ainda por cima teve mais votos na contagem popular; e (b) na guerra do Iraque, que deu bilhões de dólares de prejuízo a Tio Sam e, por isso, muito contribuiu para lançar o chamado declínio da Superpotência... Tudo isso sem falar no escândalo do abandono da população atingida pelo furacão Katrina, e a consequente série de derrotas eleitorais (perdas da maioria no Senado e na Câmara, e mais adiante vitória de Barack Obama contra o republicano herói de guerra John McCain).

                        Os outros pré-candidatos  do GOP também estão na faixa de um dígito, e devem desaparecer rápido do quadro (John Kasich, 4%; Mike Huckabee, 4%; Rand Paul, um extremista conservador, com 4%; a única mulher,  Carly Fiorina, com 3%; Chris Christie, com 2% - que ainda se aferra ao sonho da candidatura, incapaz de aceitar a realidade do desmoronamento, resultado de escândalo de trânsito que se recusa a ir embora (antes aparecia como um dos favoritos...), e depois, no bando dos com zero de preferência Rick Santorum, Bob Jindal, Lindsey Graham e George Pataki...

 

( Fontes: The New York Times,  O Globo )

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