domingo, 15 de novembro de 2015

Colcha de Retalhos C 44


                                       

Ataque do Isis em Paris

 

        Considerado como o ataque terrorista mais forte contra Paris e a França, por ora a contabilidade das baixas é  129 mortos e 352 feridos. A investida contra a casa de espetáculos Bataclan foi realizada com macabra e metódica liquidação dos espectadores.

        Muitos dos atacantes traziam bombas amarrados ao corpo, estando por isso prontos para sua ascensão ao paraíso muçulmano e às huris que aí esperam os combatentes dessa fé especial, que atacam de surpresa e sem dar as vítimas qualquer átimo de dúvida ou clemência.

        Dos 352 feridos, 99 deles se acham em estado grave.

        Quanto aos efeitos  a médio prazo sobre a afluência de turistas, é uma questão que paira no ar.

         A violência sacudiu todo o Ocidente, pois outros países, como o Reino Unido, a Alemanha, a Bélgica e Suiça são havidos como tão vulneráveis quanto a França.

          Especula-se que a reação do ISIS se deva aos últimos bombardeios da coalizão ocidental, que têm alvejado a capital Raqqa e teriam causado a morte do carrasco Jihadi John (especialista em decapitações), cujo verdadeiro nome é Emwazi, sendo natural do Kuvait.

          Por outro lado, diante da nova estratégia do E.I., de golpear à distância, o Primeiro Ministro francês já assegurou que os ataques da aviação gaulesa aumentarão na Síria e no Iraque.

          Nota-se, de resto, uma intensificação dos ataques à distância do ISIS, como aquele contra a Rússia, abatendo um avião de turismo saído do balneário de Sharm el-Sheik, de que o E.I. assumiu a autoria.

 

 Suspensão da Federação Russa das competições atléticas

 

         A recente descoberta pela Agência Internacional Anti-Doping de estratégia coordenada para ocultar o doping generalizado dos atletas russos sacudiu o mundo esportivo e expôs o quanto o uso dessas substâncias químicas se transformaram em mecanismo indispensável para a obtenção de resultados favoráveis nas diversas provas de esportes ditos amadores.

        Circulado esta semana pela Agência Internacional Anti-Doping, foi exposto o programa mais extenso de utilização de drogas proibidas pelos esportistas russos, com o escopo de fraudar resultados. Tal esquema só pode ser comparado com o programa de doping dos atletas da antiga Alemanha Oriental Comunista, que foi descoberto nos anos setenta do século passado.

        Entre as "atividades" expostas pela Agência anti-Doping,  membros do Serviço Secreto russo intimidaram funcionários em laboratório para testar substâncias proibidas, de modo a dar cobertura aos resultados positivos dos atletas russos. Nesse sentido, um laboratório destruíu cerca de 1400 amostras.

        Os truques sujos foram muitos: alguns atletas assumiram identidades falsas para evitar testes-surpresa. Outros pagaram para fazer 'desaparecer' os resultados positivos da violação; outros subornaram as autoridades antidoping para garantir resultados favoráveis, i.e., negativos, e por outros lado os paredros esportivos apresentaram falsas amostras de urina em substituição às verdadeiras para os atletas que se estavam dopando.

        Na terra dos pavilhões do conde Poniatowski, montados para enganar a Tzarina Catarina de todas as Rússias,  surpreenderá realmente que o regime Vladimir Putin recorra a essas táticas tão próximas do mundo do gangsterismo?

        O consequente Relatório da Agência Internacional Antidoping levou à preparação de recomendação de que a Federação Russa seja suspensa das competições do atletismo de pista e de campo, nas próximas Olimpíadas, que como todos sabemos estão previstas para a mui Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, nos meses de julho e agosto de 2016.

        Para melhor entender o que está acontecendo com a Federação Russa no momento atual, é preciso dirigir o pensamento para o regime instituído por Vladimir Putin.

       Afim de melhor situar-se diante da crescente presença e consequente progressiva influência da corrupção e mesmo do racketismo organizado  na atual Federação Russa, é interessante ter presentes as obras da russa Masha Gessen (O Homem sem Face - que historia o surgimento de gospodin Putin em São Petersburgo ) e da americana Karen Dawisha, com a sua obra " A cleptocracia de Putin" (que trata de sua ascensão e consolidação no Kremlin).

 

Lewandowski fala em risco de golpe

 

        O fato de Sua Excelência o Ministro Ricardo Lewandowski, atual presidente do STF, ter escolhido faculdade em São Paulo para em palestra, defender o mandato de Dilma Rousseff, levanta decerto várias questões, e não será a menor aquela que tenha a ver com a propriedade da intervenção do Presidente do Supremo em vir a campo nessa  matéria.

        Não desperta surpresa que Sua Excelência desça à arena em defesa da Presidenta,  que já foi objeto de intervenções do STF, como nas liminares dos Ministros  Teori Zavascki e Rosa Weber, e que têm a ver com a tramitação no Congresso da proposta de impeachment firmada pelo Dr. Hélio Bicudo.

         Para Lewandowski o Brasil precisa ter "paciência" nos próximos três anos e não embarcar em um "golpe institucional".

         Como assinala a Folha, enquanto "Presidente mais impopular das últimas três décadas, Dilma é alvo de vários pedidos de impeachment protocolados na Câmara". É interessante, de resto, assinalar que "na defesa de seu mandato",-  como frisa a Folha,- "governistas sempre associam  a iniciativa a uma tentativa de golpe."

        Surpreenderá que Sua Excelência Lewandowski venha agora a público com essa linguagem que tanto o aproxima do Partido dos Trabalhadores?  

        

 

( Fontes:  The New York Times, O Globo, Folha de S. Paulo )

Um comentário:

Maria Dalila Bohrer disse...

É triste que na vigência do Séc. XXI assista-se a um ato selvagem como o ocorrido em Paris. É um ato contra a democracia, contra a liberdade de fruir a cidade, contra o encontro de pessoas nos espaços públicos.
O ocorrido é a materialização de um fanatismo sem limites que deseja retroceder na história da humanidade.
Com toda a ousadia demonstrada permanece dentro de nós a preocupação com as Olimpíadas 2016.