O ataque do Exército Islâmico contra a cidade
de Paris, realizado na noite de sábado, catorze de novembro, e que vitimou a
129 pessoas, provocou maciço ataque
aéreo de caças-bombardeio franceses a Raqqa
- que é havida como a capital do E.I. Em pelo menos 20 ondas sucessivas, e em
intervalo de uma hora, a aviação militar francesa atingiu, além de centro de
comando do ISLI, depósito de munição, e campo de treinamento.
Os caças-bombardeio
partiram de base aérea na Jordânia e também, de maior distância, dos Emirados
Árabes, no Golfo Pérsico.
A Bélgica é
havida como um dos virtuais celeiros do extremismo islamita, e estaria entre os
maiores na Europa. São tristemente conhecidas as causas subjacentes à expansão
do radicalismo islamita no Velho Continente e têm muito a ver com a alienação
dos descendentes de muçulmanos, seja a população do Magreb, no Norte da África
(Argélia, Marrocos e Tunísia), bem como dos turcos na Alemanha, e o segmentos árabes
na França, Países Baixos e na Suíça. A parcela de origem islâmica no Reino
Unido tampouco é pequena, posto que reúna muitos descendentes oriundos de sua antiga
expansão imperial no Oriente (Paquistão e Índia).
Sem embargo,
com o surgimento do 'Califado' de
al-Bagdahdi, e seu extremismo sunita, temos um descendente indireto da guerra
irresponsável de George Bush contra o Iraque de Saddam Hussein, com que a
pretexto de buscar inexistentes provas de
armas de destruição em massa (WMD), os Estados Unidos, a então isolada
Superpotência, iniciou guerra que acarretou prejuízo milionários para a sua
economia, e terá desencadeado o chamado declínio, que já é descrito por autores
americanos em muitas pequenas cidades decadentes, e com os respectivos
depósitos e estabelecimentos comerciais fechados.
Os Estados
Unidos de Obama enfrenta a terceirização de nova guerra, ocasionada no Oriente
Médio, e pela qual o Iraque enfraquecido perde,por ora, territórios para o
E.I.. Por outro lado, o que resta da Síria, de Bashar al-Assad é apoiado sobretudo pela Rússia de Putin, e
pelo Irã, do ayatollah Khamenei, aquela por motivos geoestratégicos e base
militar, e este por questão religiosa, em que a heteróclita seita alauíta é
vizinha do credo xiita.
A ditadura de Bashar vem persistindo muito por causa do incessante e interessado
apoio de Moscou e Teerã. O senhor do
Kremlin não quer perder as suas bases em território sírio, que ensejam à sua
marinha de guerra acesso aos cobiçados mares de águas quentes, assim como a
nova cessão de Latakia que lhe dá ensejo de construir base aérea. Por sua vez, Khamenei precisa de
Assad sobremodo para evitar o isolamento no mundo árabe, que é, em
predominância, sunita. Além disso, a facção guerrilheira no pobre Líbano, o
Hezbollah, só se mantém pelo apoio de Teerã.
Retornando à
Bélgica, há evidências que pelo menos três dos envolvidos nessa operação tenham
a ver com esse país vizinho da França. Dessa trinca, um deles morreu durante os
atentados, e o segundo foi preso ao tentar
cruzar a fronteira. Os serviços de segurança procuram ainda o terceiro
homem. O suspeito é Salah Abdeslam,
nascido em Bruxelas, e que pode ter fugido pela Europa. Ontem, quinze de novembro a Justiça belga
emitiu ordem de detenção internacional contra esse fugitivo. Por outro lado,
outras oito pessoas no país foram presas - três no sábado e cinco no domingo
quinze.
No entanto, a
conexão belga não para aí. Dentre os sete terroristas investigados - todos
mortos por seus cinturões de explosivos, foram identificados três franceses
(idades entre 20 e 31 anos). Dois deles também moravam em Bruxelas, pelo menos
um em Molenbeek, bairro pobre no subúrbio da capital e viveiro do radicalismo
islâmico na Belgica.
Foi na
capital belga que o suspeito foragido alugou o Volkswagen Polo usado no ataque
ao BATACLAN. Considerado um indivíduo perigoso pelas forças de segurança, que
lhe divulgaram a foto. Dois irmãos de
Salah também estariam envolvidos no massacre. Um deles foi preso na Bélgica
ontem, quinze de novembro; o terceiro, Ibrahim
Abdeslam teria morrido durante os ataques.
Por fim, a
Polícia francesa encontrou o segundo dos dois veículos usados pelos jihadistas
- não o empregado no Bataclan, mas um Seat preto, que teria sido utilizado nos
ataques a bares e restaurantes. O carro
foi achado fora do centro parisiense, e longe do local dos atentados. Dentro
dele, havia fuzis automáticos Kalashnikov, similares aos usados nos ataques
terroristas.
( Fonte: O
Globo )
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