terça-feira, 22 de novembro de 2016

Só um problema ético?

                         
       
        Ao examinar-se a área onde se acha o prédio no qual o Ministro Geddel Vieira Lima tem apartamento, o escândalo tem a ver de saída, com a situação daquela enorme construção agredindo à paisagem em uma área histórica da Baía. Que o prefeito ACM Neto tenha autorizado, com o aval do Instituto do Patrimônico Histórico Estadual, é coisa difícil de entender.
         Quanto ao problema entre o poderoso ministro-chefe da Secretaria de governo, Geddel Vieira Lima e o Ministro da Cultura, Marcelo Calero, a questão só aumenta, primo, pela atitude do Ministro Geddel, demasiado ciente da própria autoridade, e secondo, pela reação de Calero, que tinha razão demais, e poder de menos.
           Por último, tampouco sai bem na fotografia o Presidente Michel Temer, que se apressou em  mandar informar a imprensa que o Ministro fica no cargo.
           Geddel ocupa posição-chave na Presidência,  e parece a Temer importante demais para perdê-lo em rusga aparentemente palaciana, como a presente.
            Por outro lado, Eliane Cantanhêde, hoje colunista do Estadão,  nos relembra que há outros problemas rondando o Governo Temer.  Além da crise com Geddel Vieira Lima e a revisão do PIB para baixo  em 2017?
             A colunista recorda também  o julgamento no TSE da chapa Dilma-Temer, além da delação premiada da Odebrecht. A par disso, Geddel está mais para cacique do que índio: foi um dos líderes do impeachment de Dilma e é do núcleo duro do Governo Temer.
              O diagnóstico da Cantanhêde vai adiante: a previsão do PIB de 2017 recuou de 1,6%  para 1%.  Como a perspectiva do retorno dos bons tempos  ficou um pouco menor, diante disso os principais protagonistas (categorias como empresários, trabalhadores, funcionários), o próprio Congresso e, em especial, o Governo têm pressa.
              Temer tem tido boa taxa de sucesso  nas votações de Câmara e Senado, mas já perdeu ministros de peso e amigos do peito, como Romero Jucá e Henrique Alves, e não tem tido tanto sucesso  em confirmar que, com ele, tudo seria diferente na economia.  Sempre de acordo com  Eliane Cantanhêde, o seu grande trunfo  até aqui é a sensação de que não há alternativa. Mas Temer não poderia esticar muito essa corda...


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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