domingo, 13 de novembro de 2016

Lava-Jato em perigo ?

                    

        Volta e meia surgem nas colunas de VEJA, comentários sobre possibilidades de autoridades do Governo e de parlamentares de tentarem neutralizar a Operação Lava-Jato.  A causa estaria  na chamada 'delação do fim do mundo' que se acharia em fase final de negociação entre o M.P. e executivos da Odebrecht. 
         A possibilidade de que tal delação implique políticos com gabinetes no Palácio do Planalto, na Esplanada dos Ministérios e no Congresso Nacional, é decerto grande.
         Acuados, esses políticos pensam em partir para o ataque: aprovar leis que possam garantir a impunidade dos protagonistas do Petrolão, ou, no pior dos casos, mitigar os danos.

        Essa suposta contraofensiva, de que se fala muito, mas que não se concretiza até agora, é capitaneada pelo Presidente do Senado, o peemedebista  Renan Calheiros. Só no âmbito da Lava-Jato, ele responde a oito inquéritos no Supremo. Também é investigado no STF por ter tido despesas bancadas pela empreiteira Mendes Júnior. Desde algum tempo, se conta com a sua passagem para a condição de réu. Mas por mistérios que a razão política desconhece, a espada de Dâmocles no caso balança mas não cai.

         O que faz Renan Calheiros? Com as costas contra a parede, Sua Excia. resolve... atacar.   Nesse contexto, vejam a última o que o Presidente do Senado aprontou: ele pretende convidar o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, e o Juiz Sérgio Moro, responsável por julgar o Petrolão na primeira instância, para debater um projeto sobre abuso de autoridade. Não é que o texto desse projeto data de 2009 e como declara a VEJA estava em uma gaveta até que ação de busca e apreensão no Senado Federal, realizada neste junho passado,  levou Renan a ressuscitá-lo... O propósito do peemedebista seria na aparência nobre: quer evitar excessos de parte das autoridades. No entanto, como é alvo dos investigadores, sua motivação já capenga.

           O Juiz Moro e os procuradores interpretam  a iniciativa como uma tentativa dissimulada de intimidação. É difícil visualizar tal situação, mas VEJA alvitra a possibilidade de Renan tentar colocá-los contra a parede, com a ajuda  de seus colegas, muitos dos quais estão sob suspeita de embolsar propinas desviadas dos cofres da Petrobrás.  Por estranha coincidência, no mesmo dia em que  o peemedebista manifestou a intenção de debater com Moro e Dallagnol, o ex-presidente Lula disse ser vítima de um "pacto diabólico", firmado pela dupla. Vê-se claramente que o eventual intento de constranger essas duas autoridades pode querer ser passado como interesse supra partidário...



( Fonte:  artigo de Daniel Pereira, na VEJA )

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