sábado, 26 de novembro de 2016

A recontagem é p'ra valer?

                              

        Já é fato estabelecido que Hillary Clinton venceu a Donald Trump na contagem númerica geral. Ainda não foi estabelecido o eventual total dessa vitória na  votação popular.
        No entanto, em três estados - Wisconsin, Pennsylvania e Michigan - a calculada vantagem numérica poderia  refletir-se nos totais dos estados respectivos. Se tal corresponder à realidade, essa tríade estadual deveria ter os votos eleitorais computados não mais em favor do candidato republicano e sim da democrata.
       Ainda é cedo para determinar se procede tal premissa.  De qualquer forma, a extrema parcimônia em termos de vantagens numéricas dos totais obtidos por Trump constituem estimulos importantes para determinar quem realmente ganhou nessas unidades federativas. E o resultado  do colégio eleitoral poderia, nesse caso, ser outro que o atualmente reputado como vencedor.
       O approach da  coalizão democrata será eventualmente o seguinte: de início,a equipe do Partido Democrata se unirá às turmas do terceiro partido em Wisconsin para apoiar a recontagem geral e averiguar quem foi o verdadeiro ganhador neste Estado. Se for determinado que   Hillary Clinton é a verdadeira vencedora naquele estado nortista, se passará a recontar  a votação dos dois outros Estados (Pennsylvania e Michigan), para verificar se ela procede com os totais já publicados (e que deram a vitória a Trump), ou se o cômputo refeito favorece à candidata Hillary.
         Há outro aspecto importante que tem contribuído para aumentar a preocupação do estado-maior democrata. Trata-se da alegada penetração através da internet, dos hackers, notadamente russos (embora não se limitem a esta nacionalidade) para tentar subverter os totais na contagem dos sufrágios.
           Dada a simpatia de Donald Trump pelo presidente russo, Vladimir Putin, e a participação de outros agentes na internet como o Wiki-Leak, inclusive com a tentativa de gerar confusão na apuração, não se pode excluir que os esforços do campo estrangeiro que favoreceria o republicano tenham realmente ido muito além daquilo que ostensivamente foi publicado, em termos de penetração nas mensagens digitais - inclusive em diálogo interno -   do campo democrata. Somente uma análise mais ampla e abrangente poderia chegar a conclusões quanto a uma eventual interferência ainda mais radical, que se relacionaria com os respectivos cômputos eleitorais, que hoje permanecem meras - mas sérias - suposições e hipóteses de trabalho. É preciso rasgar não essa cortina de ferro, mas sim esses véus cibernéticos, que podem estar intentando vender à sociedade literalmente gato por lebre.
               Não é momento de subestimar a capacidade de penetração dos hackers, e, por consequência, a condição  de atingir resultados, que normalmente não são sequer pensados por quem está habituado a atuar dentro de parâmetros analógicos... 

( Fonte: The New York Times )
    

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