sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Doenças de Terceiro Mundo

                              

        A dengue ainda ataca - e como não o faria, dada a falta de saneamento básico? - mas agora surge mais uma doença séria carregada pelo conhecido Aedes aegypti, esse mosquito malhado de preto e branco, que é o vetor maldito de tantas doenças tropicais.
        Esses países tropicais podem ser cantados em prosa e verso, mas pela falta de saneamento básico que tristemente os caracteriza  proporcionam no verão preocupante incidência de doenças.
        Veja-se, por exemplo, a incidência no Estado do Rio:  em 2015, 105 registros de chicungunha no estado, sem mortes. Já em 2016, passou o refresco: 15.149 comunicados até dezesseis de novembro corrente. Um senhor crescimento: 14 mil %! E dez pacientes morreram.
         É enfermidade da incúria e, sobretudo, do subdesenvolvimento. Por isso, a maior parte  dos óbitos ocorreu  no Nordeste: Pernambuco, 54; Paraíba, 31; e Rio Grande do Norte, 19.
         Se tivéssemos governantes sérios e responsáveis - eles decerto existem, mas são a exceção! - as campanhas seriam mais amplas e mais didáticas, pois é fundamental a conscientização (que precede os trabalhos de luta contra a difusão da doença, vale dizer do tal mosquitinho botafoguense), se houvesse menos demagogia e mais empenho dos governantes, que devem ser, eles também, patrulhados, para que a gente pobre acorde!
           Vejam o quadro da chicungunha: pelo menos 30% dos pacientes podem involuir  para a fase crônica, em que as dores nas articulações duram  mais de três meses. E há casos em que as dores articulares permanecem por até um ano. Já os pacientes com mais de quarenta anos, do sexo feminino, e com  doenças prévias em articulações estão mais expostos a tal risco.
            Lembram-se que no tempo de JK a dengue fora declarada extinta no Brasil? Depois ela voltou, dizem que pelo Norte. Com a negligência acoplada com a estupidez de alguns dos luminares eleitos, nada foi feito de efetivo (um que ainda anda por aí chegou a pedir que se rezasse para que o Aedes voasse para o mar...), as epidemias de dengue se foram agravando, com a entrada em cena da dengue hemorrágica.  Hoje, a lista de serviço desse coveiro em potencial que é o Aedes aegypti (que gosta mesmo é de poças d'água, de muitos vasinhos com flores, senão até de sujeira e lixo jogado para o lado do vizinho - olhem que o Aedes não respeita cercas, nem muros altos...)  
              Vejam  a estória carioca! Não é que o aedes, essa praga da sujeira, da falta de higiene e da ignorância,  está muito feliz em Pindorama? Depois da dengue, ele tem progredido, com outras doenças ainda mais sérias, piores até que a dengue hemorrágica. O aedes, esse mosquitinho do diabo, agradece sempre a cooperação que recebe não só dos governos - sobretudo os locais! - mas de todos que, mais por ignorância do que burrice, lhe abrem o caminho, com todo o sofrimento que essa grande empresa chamada Aedes aegypti tem proporcionado a tanta gente no Brasil, com o zika (transformando os bebês em mortos vivos, porque não têm mais cérebro), essa chicungunha (com a sua doença reumática das articulações), sem falar na velha dengue que, se descurada, leva o paciente para a terrinha dos pé-juntos...


( Fontes: O Globo, e vivências estivas em terra carioca.)

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