sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Efeitos da Crise no Estado do Rio

                      

        Com a volta do governador Pezão, será feita grande tentativa de minorar a crise do Estado. Todo o drástico esforço abaixo discriminado, se realiza sob a condição de que se nada ou medidas paliativas forem tomadas, ao invés de providências drásticas, o déficit do Estado chegará a  R$ 52 bilhões, no fim de 2018.
      Partindo de desconto de 30% nos salários dos servidores, o Governo estadual lança  hoje  pacote, com projetos de lei e decretos, que terá impacto sobre salários de servidores, ativos e inativos, e reduzirá gastos de toda a máquina administrativa. Também o desconto previdenciário subirá para 30%.
      A par disso, cargos e programas sociais como Renda Melhor, Aluguel Social e Restaurante Popular vão acabar. Por outro lado, os ICMS de energia, combustíveis e telecomunicações vão aumentar.
          O uso do Bilhete único será limitado ao gasto de R$ 150 por mês.       
        Outras medidas importantes  afetarão Legislativo e Judiciário, cujos repasses não serão mais calculados pela previsão orçamentária, mas pela receita realizada.
        Com os salários dos servidores atrasados, o Estado vai propor que a Alerj e o Tribunal de Justiça possam  usar parte da verba de seus fundos especiais para pagar os respectivos funcionários.
  
        Se for aprovado na totalidade pelos deputados, o Ajuste garantirá arrecadação extra de R$ 13,4 bilhões no ano próximo e de R$ 14,7 bilhões em 2018.
          Prevê-se outrossim, redução de 30% no valor das gratificações dos Comissionados.

       Governador e Secretários vão ganhar menos 30%, a partir da publicação de Decreto em 1º de janeiro de 2017. Por outro lado, moradores da Ilha Grande e Paquetá pagarão pelo transporte por barca.
           Prevê-se aumento de Receita  em 2017 e 2018 (com as medidas) de R$ 28 bilhões

Alíquota previdenciária passa de 11% para 14%
Os Aposentados, antes isentos, pagariam 30%
Bilhete Único: o valor pago pelo usuário da tarifa (que o Estado subsidia) passará para R$ 7,50, a partir de lº de janeiro de 2017. Por mês, o benefício se restringe a R$ 150,00.
Número de Secretarias passa de 20 para 12.
Fim ou municipalização do Restaurante Popular.
Aluguel social deixará de ser pago.  O programa vai acabar em a partir de junho de 2017.

Comentários

      Esse projeto de redução nos custos do orçamento do Estado é decerto louvável, mas será interessante determinar se o Governador Pezão terá a força política necessária para fazer aprovar integralmente pela ALERJ o pacote de cortes nos vencimentos e vantagens hoje auferidas por várias categorias de funcionários estatais.
       Aqui não se fala nos eventuais cortes a serem procedidos no âmbito da Assembléia Legislativa. Não parece apropriado que Assembléia com as características da Alerj se furte a colaborar no esforço de sanear as finanças do Estado. Dadas as suas práticas conhecidas, além de cortes residuais (token) semelha difícil imaginar que a sua direção e os deputados concordem com cortes significativos também no Legislativo, que moral e eticamente se imporiam dada a penúria e a situação geral do Estado.
      Resistência também decerto haverá na Justiça, onde  é notório o alto número de desembargadores existentes no Estado, que recebem muito acima daquele dos funcionários do Executivo.
        De qualquer forma, é de se prever resistências, movimentos grevistas e toda a agitação conexa quando há ameaça de corte salarial.
        Da parte da Justiça, não se pode excluir que os  Juízes venham a acolher   reivindicações dos funcionários.


( Fonte:  O  Globo )  

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