sábado, 26 de março de 2016

Salve Dilma !

                        

         A causa imediata de mais uma crise na tentativa de Dilma Rousseff vencer o desafio do Impeachment se deve à ... própria Dilma!

          Não sabendo controlar os próprios impulsos, e sem sequer ouvir quem entende de política (que obviamente não é exatamente o caso de dona Dilma Vana Rousseff), a Presidenta cometeu mais uma monumental calinada.

         A atitude intempestiva da Presidenta mandando demitir o presidente da Funasa, Antonio Henrique de Carvalho Pires (que é do PMDB) foi uma retaliação. A razão de Dilma é  para manifestar o próprio desagrado com a determinação do PMDB  de manter a reunião de seu Diretório Nacional para terça-feira, 29 de março corrente.

          O principal tema na agenda dessa reunião é a discussão e votação sobre o rompimento do PMDB com o Governo. Dilma ficou irritada com a negativa do PMDB em adiar a aludida reunião.

           Nesse sentido, ela terá achado apropriado demitir o Presidente da Funasa. Sendo o PMDB o principal aliado do governo petista, esse comportamento de Dilma não poderia ser  mais esdrúxulo e anti-político.

           Pensando que tal ato seria suficiente para induzir o PMDB a mudar de atitude, surpreende o primarismo da Presidente e a sua total falta de bom senso e tirocínio político.

           Na situação em que se acha, com a sua impopularidade, pasma que ela possa pensar-se em condições de forçar o PMDB a mudar de atitude.

            O poder tende a afetar o pensamento dos governantes, mas qualquer assessor com um mínimo de experiência trataria de demovê-la dessa postura, que surpreende pelo irrealismo.

            Quinze diretórios estaduais já se manifestaram pelo rompimento. Com a sua prepotência, o que fez Dilma Vana Rousseff foi apressar o processo de sua queda.

            Pensando dar um pontapé no antes dócil e caudatário PMDB, o que fez foi apressar o processo de afastamento do principal aliado e, o que é para ela muito pior, tornou o movimento inercial pro-impeachment muito mais forte.

           Antes desse gesto estúpido, o impeachment parecia possível. Hoje ele se torna provável

          É difícil encontrar um pavio mais curto do que o da senhora Rousseff. Além de curto, confirma com todos os efes e erres a colossal ignorância da prática política de quem - pamem! - foi eleita por duas vezes Presidente da República!

         Com o virtual desligamento do PMDB da aliança, deve alastrar-se a insurreição contra o Governo Dilma que , em breve, só poderá contar com o PT e o caudatário PCdoB.

          Depois da estrondosa manifestação nacional do dia treze, aumentou o nervosismo na dita base governamental. Diante de um PMDB, que deve selar a separação na próxima semana, há de crescer o movimento de afastamento de governo impopular. Sua sustentação derrete como barra de gelo prematura e imprudentemente colocada ao ar livre, na presente canícula - e, por cúmulo, sofre castigo mofino e estúpido de quem tudo deveria fazer para compor e não desagradar quem virou garante de um barco que faz água por todos os lados - o que é isso, senão a oportunidade pedida e mesmo cobiçada de livrar-se afinal da carga inútil de um governo que não mais tem ratos em seus porões (pela simples razão de que todos  fazem água, ameaçando sempre mais afundar o barco).

         Se a senhora não é do ramo, dizem eles, não será nosso problema, que a aguentamos faz muito. Alguns poucos, decerto, porque sentados em altas curuis, ainda se chamam dilmistas, mas a garrafal ignorância política dessa Senhora, fustigando a mão que busca acariciá-la, não há mais de aguentar o rojão.

        E o castelo de cartas de um governo impopular, que o Povo abomina, como pode ser defendido por quem vive politicamente desse mesmo Povo?

         Será um falso problema, que a burrice garrafal de dona Dilma Vana ajude o PMDB a livrar-se da carga inútil de um governo condenado!

         E a culpa é da Presidenta, a eterna neófita na política, ou de quem a colocou onde agora está?

          Digamos que é dos dois: dela, porque qualquer outro, com mediana inteligência, já teria dominado tais conhecimentos elementares; dele, porque pensou ser mais esperto do que todos.

          E se por acaso  alimentasse dúvidas, o seu mentor terá realizado a gravidade da ameaça já a partir da demonstração nacional de treze de maio.

          Como diziam de Aníbal os romanos - o inimigo está nas portas de Roma! O pior para Dilma é que a símile não mais se aplica, pois ela mesma cuidou de abrir-lhe as portas...    
 

( Fontes: O Globo, Folha de S. Paulo )

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