sexta-feira, 11 de março de 2016

O que fazer do Governo Dilma?


                         

         Já existe virtual unanimidade nacional quanto a esse governo. E, como se tal não bastasse, para gente com larga experiência na política, cresce a perplexidade diante de sua mediocridade tão sólida, tão bem implantada.

          Debalde, os veteranos hão de buscar seja na vivência, seja no cotejo da história algum outro governo que se lhe possa comparar.

           Não há nada que lhe possa ser posto ainda abaixo em termos de valor.

            O desespero com um governo pode ser produto, seja da sua temeridade, seja de sua vontade de acertar, e até de sua postura errônea, se bem que coerente, o que tende a suscitar contra ele uma oposição forte e até dele descrente, mas que na excitação de temperamentos contrapostos passa uma corrente comum de respeito, mesmo a contra-gosto, da construção adversária.

             Nada disso existe na avaliação do Governo Dilma. A mediocridade de Dilma Rousseff está solidamente implantada no terreno. Foi, por isso, de resto que Lula da Silva optou por indicá-la para um eleitorado de cabresto.

              Pois Lula pensava nele próprio, no seu respectivo interesse, quando a designou para o Povo brasileiro. Pois de designação é que tristemente se trata, pois a grande maioria do eleitorado demonstrou que o cabresto lhe vai bem. Mas Lula só pensou nele, ao propô-la para o Planalto.

             

               O mais interessante nessa tétrica estória, em que se jogou fora uma oportunidade preciosa de progressão do Brasil, está no maquiavelismo às avessas do grande Lula. Tão bem tratou do aparelhamento do Estado brasileiro que uma governante que, além de medíocre, pensava para desventura nossa que tinha ideias na cabeça, não é que ela montada na máquina de eleger gente de Lula, conseguiu o que ninguém ousara prognosticar.

      

              Valendo-se do dito aparelhamento e da força imanente de uma Chefe de Estado ela alcançou o que ninguém ousara pensar que fosse possível: ganhar mais um quatriênio, com sólída proposta baseada em mentiras, e impedindo que a maioria da gente soubesse em tempo válido o erro descomunal que estavam cometendo.

 

               José Ingenieros, o pensador argentino de princípios do século passado, nos legou uma verdade importante (a que nós de resto não damos a atenção devida): os medíocres podem ter valor!

         

                 Demonstrando assim um fato que não creio fosse de seu conhecimento, Dilma Rousseff passou uma rasteira no espertíssimo Lula da Silva.

          

                 Mas sem querer aumentar o paradoxo, temos de ponderar que a sua esperteza não levou em conta que melhor seria para ela se saísse de cena, tais as confusões que criara - além daquelas outras que, como boa secretária, ela fingiu que de nada sabia - e que fatalmente iriam estourar no mandato seguinte...

 

                  Se a administração está parada, se o Brasil murchou, se a primeira letra do acróstico do BRIC, não é mais sequer lembrada como a de um país que  mostrara ter futuro - agora se o nosso desempenho está junto das pobres Venezuela e Ucrânia, pelo menos essas duas nações tem razões muito válidas para explicar a crise que as manda para baixo da classificação mundial: para a primeira, Nicolàs Maduro, e para a segunda, Vladimir Putin.           

 

( Fontes:  O Globo, Folha de S. Paulo, José Ingenieros )

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