quinta-feira, 9 de julho de 2015

Notícias direto do Front

                                  

Desaba a Bolsa Chinesa

 

        O pregão em Xangai caiu 31% em um mês. Desde ontem, o nervosismo se estendeu a outras bolsas.  No Brasil, os temores com a China fizeram o dólar subir para R$ 3,23. Nos Estados Unidos, a bolsa de New York caíu 1,47%. No Brasil, o Ibovespa caíu 1,07% para 51.781, sob o duplo impacto da corrida na bolsa chinesa e a consequente queda de 11% na cotação do minério de ferro.

        Como o Brasil continua como grande exportador de matérias primas (minério de ferro, soja, etc.), e a China tem sido a grande importadora, não é dificil chegar à nervosa conclusão em que caíram os inversores no mercado.

        Segundo análise de O Globo, a presente crise seria decorrente ainda da falência do Banco Lehman Brothers em 2008. Para evitar o contágio, o governo chinês terá injetado trilhões de dólares na economia.

        O resultante excesso de liquidez produziu no mercado chinês uma bolha imobiliária, com grandes lucros dos especuladores e cotações inchadas, e fora da realidade.

        Num verdadeiro jogo de gato e rato, as autoridades chinesas impuseram medidas restritivas ao crédito, para pôr termo na desenfreada especulação imobiliária.

        Toda essa excessiva disponibilidade de fundos procurou então migrar para um mercado paralelo de crédito, chamado shadow banking.

         O sucesso da repressão financeira igualmente a esse mercado paralelo não suprimiu o erro inicial da autoridade financeira chinesa de evitar a grande recessão através da injeção de recursos financeiros. E mais uma vez, o inversor chinês, diante do arrocho governamental voltou a procurar novos mercados.

         Agora, foi o mercado acionário. O excesso de recursos agora aplicados na Bolsa, de novo repetiram o fenômeno inflacionário da bolha – crescimento artificial das cotações sem relação com o normal funcionamento das leis da oferta e da procura.

         Não é necessário ter vivido nos anos do Dragão na economia brasileira – anos esses, seja dito en passant voltaram pela irresponsabilidade do Governo  Dilma I   -  para saber-se que o excesso de numerário na economia provoca uma alça artificial nos preços (e cotações) criando uma ilusão de riqueza, que na verdade não passa da inchação de uma bolha. A especulação desmedida pode enriquecer muita gente, mas está escrito nas atas da economia desde os tempos de Mr. Law na França que essas bolhas tendem a enriquecer os primeiros inversores, mas acabam estourando, com as ruínas e desgraças previsíveis.

         A maneira canhestra com que a autoridade financeira da RPC tentou evitar os efeitos na própria economia conseguiu, decerto, atrasar bastante o impacto da Grande Recessão na China, mas não há de evitar o encontro com a hora da verdade. O que dada a maior dependência de nossas exportações para o mercado da China não deixará de ter os previsíveis efeitos perversos em nossa economia.

 
Fraqueza de Dilma

 
          O ajuste fiscal do Ministro Joaquim Levy vem claudicando bastante e não por culpa da autoridade fazendária.

           Mais uma vez, a baixíssima popularidade de Dilma Rousseff (aprovação abaixo de dez dígitos no IBOPE) atinge e abaixo da linha d’água o programa de austeridade do Ministro da Fazenda.

           Agora é a vez do Senado Federal aprovar a proposta que estende as regras do reajuste  do salário mínimo a todos os aposentados. 

            Em desespero de causa, a Presidente – consoante anunciou o líder do PT Senador Delcídio Amaral – deverá vetar a medida, que, se aprovada, provocará rombo ainda maior nas contas da Previdência.

           A irresponsabilidade da chamada Base de apoio  da Presidenta – que obviamente nesta legislatura se tornou há muito uma ficção, ficção que custa muito caro à Nação – só encontra apoio em outra irresponsabilidade – que é a da oposição, como vem sendo mostrado há tempos (v.g. apoio maciço da bancada do PSDB à supressão do fator previdenciário, que é criação do governo FHC).

            O Ajuste Fiscal vai ficando em frangalhos, porque o governo Dilma não tem mais forças para aprovar legislação que acabe com os deficits nos orçamentos da União, e em especial na Previdência.  A alegria produto da demagogia costuma ter curtíssima duração, pois gastar acima das posses em qualquer economia – da doméstica à pública federal – é receita de desastre.

 

Desleixo e  Abandono aos Predadores

 

              Pela inação do Poder Público, o nosso patrimônio tem sido depredado e espoliado por vândalos e ladrões. Eles atuam com toda a liberdade, à luz do dia  e de pessoas que procuram de algum modo alertar a Autoridade, seja qual for o seu nível.

              País e cidade que não protege e não resguarda os próprios monumentos, e que permite, seja pela inépcia, ou inação, ou vá lá o que seja, dá um triste exemplo não só à própria cidadania, mas também àqueles que nos visitam. Que país é este que não resguarda e não respeita as próprias estátuas de homens ilustres?

               Veja-se por exemplo o que se fez do monumento ao General Osório, na Praça XV. A sua popularidade era tamanha que a estátua foi elevada com contribuições espontâneas da população.

               Para que se tenha idéia do menosprezo da autoridade  diante desse saqueio de próprio nacional, é interessante ler  o que diz Leônidas de Aguiar, que há 39 anos  possui uma banca de jornal próxima à estátua : “Já fiz diversas denúncias, mas a prefeitura dá de ombros. Só não roubaram a estátua inteira porque é muito pesada.”

 

( Fonte:  O  Globo )

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