sexta-feira, 8 de maio de 2015

Notícias Surpreendentes ?

                                 
 
Lula e o Mensalão

 

                O velho adágio de  o que  parece verdade em geral o é se confirma uma vez mais. Todo o comportamento de Lula da Silva tendia a indicar que tinha reação visceral no que tange ao escândalo do chamado Mensalão, a Ação Penal 470 do Supremo Tribunal Federal. Nesse contexto, a sua atitude às vésperas de que começasse o juízo - depois de convencido o Ministro Ricardo Lewandowski que deveria terminar a própria tarefa regimental de revisão do processo, que já se estendera por tempo demasiado – por transmitir a impressão de que ele temia o início do processo judicial já beirara o inconveniente, como se expressou em diálogo com o Ministro Gilmar Mendes.

                E agora, talvez confiado na discrição do presidente Mujica, o segredo de Polichinelo de sua responsabilidade no Mensalão, vem à tona, no livro de memórias do ex-presidente uruguaio. Segundo Mujica, Lula lhe declarou, ao referir-se ao esquema que ‘o mensalão era a única forma de governar o Brasil’.

                A atitude que tem a coragem do militante, e que se traduziu no passo à frente de José Dirceu, assumindo a dita responsabilidade, mostra o sacrifício, estalinista decerto mas sempre sacrifício, do auxiliar direto. O que parecia ser verdade, era a verdade.

                 E diante da revelação sobre “a única forma de governar o Brasil” há outras negras suspeitas, com consequências ainda mais graves, que restam incômodas no ar e, como sempre,  nada tem a ver com os aviões de carreira.
 

Espanta a tentativa do Ministro Mantega?

 

               O Ministro Guido Mantega, que na época presidia o Conselho de Administração da Petrobrás, tentou impedir, segundo noticia a Folha, a divulgação ao público de cálculo encomendado pela Petróleo Brasileiro S.A. , que indicava perdas de R$ 88,6 bilhões no patrimônio da estatal.

               O plano de Mantega chocou-se com a opinião da então presidente da estatal, Graça Foster, que defendeu a posição de que o mercado fosse informado.

               Fica melhor na foto a então Presidente da estatal: “E se a CVM me pergunta sobre esses números? (...) Quem está escondendo esse número? De quem é a responsabilidade? Da diretoria ou do Conselho?”

               Segundo o relato da Folha, Graça contou com o apoio dos representantes dos acionistas minoritários, Mauro Cunha e José Monforte, e do representante dos funcionários, Silvio Sinedino. Por sua vez, a posição de Mantega teve o apoio do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, da ex-ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e do Professor da FGV, Sérgio Quintela.

          A reunião durou oito horas.  Discutiram cálculo encomendado pela Petrobrás à consultoria Deloitte e o Banco BNP Paribas, que informara sobre R$ 88,6 bilhões em perdas no balanço.

          Graça defendeu a divulgação, contestada por Mantega. Três semanas depois, a estatal divulgou valor menor (R$ 44,6 bilhões), a que atribuíu à má gestão e corrupção na construção de refinarias.

          A divulgação desse número à imprensa só foi permitido por Mantega, ao saber que os representantes dos acionistas minoritários pretendiam protocolar o número na CVM, caso ele não fosse divulgado.

         A atitude de Graça Foster desagradou à Presidenta. Graça perderia o cargo pouco depois, não se sabe se por causa disso. Dilma aí colocaria Aldemir Bendine, Presidente do Banco do Brasil, e já respingado por escândalo em suposto favorecimento de amiga sua socialite, na concessão de empréstimo.

          
O Ministro do Trabalho Manoel Dias

 

         Não é de hoje, quando tem pela frente uma enfraquecida Dilma Rousseff, que o senhor Manoel Dias continua Ministro do Trabalho, tomando atitudes que beiram o enfrentamento com a Presidenta.

         Será que Dilma Rousseff irá por fim contrariar esse retrospecto, e chamar à responsabilidade o Ministro do Trabalho do PDT? Pois não é – o que cheira à confrontação, além de total desrespeito à linha do Governo – que os dezenove deputados do encolhido PDT foram em bloco contra parte do ajuste fiscal proposto pelo governo?

          Os tempos estão bicudos para a presidente Rousseff e será que vai enfrentar o Ministro do Trabalho, coisa que não tem feito ultimamente? E o que diz o Sr.Lupi, presidente da legenda, cuja postura pode ser reminiscente do estranho beija-mão dos tempos do primeiro mandato da petista, quando apelava para os agrados mesmo em situações que beiravam o farcesco?   

 

Reeleição do gabinete do conservador David Cameron

 

          Os resultados da última eleição britânica, que prometiam, através do ‘boca de urna’, ser desconcertantes, na verdade não o foram.

          David Cameron, antes com o apoio dos liberais democratas, havia realizado, malgrado as novas de possível catástrofe nas urnas, governo com inflação zero (alô, dona Dilma!) e com alta taxa de crescimento econômico, bastante diverso do de outros países europeus.

          Pela atitude dos liberais, em tratativas antes dos comícios com os trabalhistas de Ed Miliband, os conservadores – o que contrariou todas as pesquisas – semelham fadados a obter a maioria absoluta, o que os dispensa de custosas alianças com partidos menores.

          Na derrota do Labour, que abandonou a via moderada de Tony Blair, preferindo a esquerda, o líder Ed Miliband resolveu pedir as contas, assumindo o seu erro político.

           Agora, se nota o bom-senso do corpo eleitoral. Enfim, não é todo dia que um gabinete apresenta situação como a do Reino Unido, sem inflação (alô D. Dilma, que fez o contrário: encontrou a economia regulada e tratou de trazer de volta o dragão...) e com nível de desenvolvimento superior a muitos outros países na União Europeia.

            Cameron terá, no entanto, no futuro, de lidar com demônios que ele, em movimento autônomo, cuidara de tirar da garrafa, como o referendo sobre a permanência na U.E.  Ter-lhe-á passado pela cabeça que esse saudável desenvolvimento no Reino Unido é também decorrência do vasto mercado no Continente? Valeu a pena introduzir mais uma incógnita na equação?  O futuro decerto dirá...

 

E a Escócia?

 

             A secessão da Escócia, derrotada não faz muito, retornou com outras vestes. O partido nacional da Escócia terá conquistado 48 das 49 cadeiras, que lhe são alocadas.  Nesse contexto, o SNP derrotou inclusive muitos graduados trabalhistas, como o fez uma jovem de vinte anos, Mhairi Black, que venceu a Douglas Alexander, experiente e graduado representante trabalhista, encarregado, em especial, da campanha na Escócia... É um recorde – os britânicos são dele aficionados  - que só encontra feito comparável há dois séculos atrás...

             Não é estranhável que o vencedor nas eleições gerais, David Cameron, tenha singularizado a Escócia na alocução em que sauda o triunfo nas urnas. É decerto preocupante que antes partido nanico no Parlamento (com seis representantes) ora conquiste 48 das 49 cadeiras em jogo na velha Escócia (a representação anterior tinha menos de uma dezena). Que partido declaradamente separatista ganhe todos os assentos com uma única exceção, e em que para lograr tal feito baste ser arauto da secessão, é sinal de que não se pode escamotear a gravidade do aviso. Se tudo continuar como está, o eleitor escocês faz saber que hoje o resultado do referendo (em que a separação foi vencida) não mais refletiria o sentir do velho reino de Mary Stuart. Ora, pela paixão nacionalista, os representantes de outros partidos temáticos não tem vez. É o ressurgimento, dentro da Comunidade Europeia – que ora congrega 28 países – das mini-nacionalidades, aquelas que desapareceram dos livros de história há mais de trezentos anos, de que a catalã é o exemplo mais forte do fenômeno... Pode não ser sensato, nem politicamente correto, mas atende em viés romântico  a propósito de recuperação das nacionalidades que a evolução histórica encobriu ou superou... Uma das contradições desse fenômeno menor está em que pressupõe de forma otimista (e quiçá irrealista) a manutenção das benesses de Bruxelas...

 

( Fontes: Folha de S. Paulo; site de O Globo )

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