Horas depois de ataques
iranianos contra duas bases americanas no Iraque, o presidente Trump, em
pronunciamento solene na Casa Branca, cercado pelo vice-presidente, Secretários
de Estado, da Defesa e comandantes militares, baixou o tom na retórica, que
estava contribuindo para incrementar de forma rápida a tensão entre Washington
e Teerã nesses últimos dias.
Agora,
segundo Donald Trump, o Irã se está " acalmando, o que é uma coisa boa
para todas as partes envolvidas e para o mundo". Aditou, outrossim, que
os EUA não precisam necessariamente dar
uma resposta militar. "O fato de termos esse excelente equipamento militar
não significa que precisemos usá-lo. Não queremos usá-lo."
O presidente americano reiterou que
vai impor novas sanções contra o Irã e que a pressão econômica é a melhor arma
de seu país. "A força americana, tanto militar quanto econômica, é o
melhor impedimento." Trump
confirmou, outrossim, que nenhum americano ou soldado aliado foi ferido nos
ataques da madrugada desta quarta-feira, dia oito de janeiro: " O Irã tem
sido grande patrocinador do terrorismo. Nunca deixaremos isso acontecer."
A fala deixou para trás ameaças
antes proferidas. Mas ele voltou a dizer que não permitirá que o Irã tenha
acesso a armas nucleares e que os dois países deveriam trabalhar juntos, em
assuntos prioritários, como a luta contra o Estado Islâmico: "Os EUA estão
prontos a abraçar a Paz com todos que a busquem."
Trump falou igualmente que
pedirá à NATO para ampliar sua presença
no Oriente Médio. Nesse sentido, ele acrescentou que Reino Unido, França, RFA, Rússia e China
devem reconhecer que o acordo nuclear assinado com o Irã em 2015 não vale mais
e que é preciso unir forças para negociar um documento substituto para brecar
as ambições nucleares iranianas.
"Devemos trabalhar todos juntos
por um acordo com o Irã que faça do mundo um lugar mais seguro e
pacífico." Como se sabe, pelo
acordo de 2015 Teerã se comprometera a reduzir sua capacidade nuclear em troca
do alívio das sanções econômicas. Tal acordo, no entanto, ficou por um fio
depois que os Estados Unidos se retiraram dele
em 2018, Nesse contexto, neste domingo, o Irã afirmou que se considera
livre para desrespeitar os limites combinados.
Em resposta ao discurso de
Trump nesta quarta-feira, dia oito, a
Presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, anunciou que vai colocar em votação nesta quinta, dia nove de janeiro, um projeto que
limita os poderes do Presidente para ordenar ataques contra outros países.A
medida em tela obrigaria, outrossim, a
Trump a pedir autorização ao Congresso para realizar ações militares contra o
Irã.
Embora tal projeto desfrute
de largo apoio na bancada democrata, o Partido Republicano tem maioria no
Senado, e o seu líder Mitch MacConnell já declarou que fará que a medida venha a ser
rejeitada pela Câmara Alta. Tampouco tem qualquer perspectiva o impeachment votado pela Câmara de
Representantes, eis que a maioria do GOP no Senado inviabilizará qualquer medida
legislativa que disponha sobre o eventual impeachment de Trump, pouco importam
os crimes que o 45º presidente haja cometido...
(fonte
Folha de S. Paulo)
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