quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Segundo Trump "Irã se acalmou"


            

         Horas depois de ataques iranianos contra duas bases americanas no Iraque, o presidente Trump, em pronunciamento solene na Casa Branca, cercado pelo vice-presidente, Secretários de Estado, da Defesa e comandantes militares, baixou o tom na retórica, que estava contribuindo para incrementar de forma rápida a tensão entre Washington e Teerã nesses últimos dias.

           Agora, segundo Donald Trump, o Irã se está " acalmando, o que é uma coisa boa para todas as partes envolvidas e para o mundo". Aditou, outrossim, que os  EUA não precisam necessariamente dar uma resposta militar. "O fato de termos esse excelente equipamento militar não significa que precisemos usá-lo. Não queremos usá-lo."

              O presidente americano reiterou que vai impor novas sanções contra o Irã e que a pressão econômica é a melhor arma de seu país. "A força americana, tanto militar quanto econômica, é o melhor impedimento."  Trump confirmou, outrossim, que nenhum americano ou soldado aliado foi ferido nos ataques da madrugada desta quarta-feira, dia oito de janeiro: " O Irã tem sido grande patrocinador do terrorismo. Nunca deixaremos isso acontecer."
                A fala deixou para trás ameaças antes proferidas. Mas ele voltou a dizer que não permitirá que o Irã tenha acesso a armas nucleares e que os dois países deveriam trabalhar juntos, em assuntos prioritários, como a luta contra o Estado Islâmico: "Os EUA estão prontos a abraçar a Paz com todos que a busquem."

                Trump falou igualmente que pedirá  à NATO para ampliar sua presença no Oriente Médio. Nesse sentido, ele acrescentou  que Reino Unido, França, RFA, Rússia e China devem reconhecer que o acordo nuclear assinado com o Irã em 2015 não vale mais e que é preciso unir forças para negociar um documento substituto para brecar as ambições nucleares iranianas.
                   "Devemos trabalhar todos juntos por um acordo com o Irã que faça do mundo um lugar mais seguro e pacífico."  Como se sabe, pelo acordo de 2015 Teerã se comprometera a reduzir sua capacidade nuclear em troca do alívio das sanções econômicas. Tal acordo, no entanto, ficou por um fio depois que os Estados Unidos se retiraram dele  em 2018, Nesse contexto, neste domingo, o Irã afirmou que se considera livre para desrespeitar os limites combinados.
  
                    Em resposta ao discurso de Trump  nesta quarta-feira, dia oito, a Presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, anunciou que vai colocar em votação nesta quinta, dia nove de janeiro, um projeto que limita os poderes do Presidente para ordenar ataques contra outros países.A medida em tela obrigaria, outrossim, a Trump a pedir autorização ao Congresso para realizar ações militares contra o Irã.
              
            Embora tal projeto desfrute de largo apoio na bancada democrata, o Partido Republicano tem maioria no Senado, e o seu líder Mitch MacConnell  já declarou que fará que a medida venha a ser rejeitada pela Câmara Alta. Tampouco tem qualquer perspectiva o impeachment votado pela Câmara de Representantes, eis que a maioria do GOP  no Senado inviabilizará qualquer medida legislativa que disponha sobre o eventual impeachment de Trump, pouco importam os crimes que o 45º presidente haja cometido...


(fonte Folha de S. Paulo)

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