Dando seguimento a seus
problemas com a Justiça israelense, Binyamin Netanyahu foi formalmente
indiciado em três casos de corrupção.
Tal se deveu à circunstância de que motu proprio o acusado retirara o pedido de
imunidade parlamentar contra as acusações.
O Procurador-Geral, Avichai Mandelblit já denunciara
nesse sentido o primeiro ministro, mas o processo não poderia ser formalizado
enquanto a imunidade de Netanyahu não fosse julgada.
Entre os três escândalos, o mais
grave é o "Caso 4000", em que Netanyahu é acusado de garantir favores
à principal empresa de telecomuicações do país, a Bezeq Telecom Israel, em
troca de cobertura positiva sobre ele e sua mulher, Sara, em um site de
notícias controlado pelo ex-presidente da empresa.
Em outro escândalo, conhecido como
"Caso 1000", Netanyahu e sua esposa são acusados de receber presentes
de Arnon Milchan, produtor de
Hollywood e cidadão israelense, além do bilionário australiano James Packer. Os presentes em tela
incluíam garrafas de champagne e charutos...
O último processo é o "caso
2000", no qual o premier teria negociado acor- do com o jornal com maior
circulação de Israel, o Yedioth Ahronoth,
para receber cobertura positiva em
troca de nova lei que impediria o crescimento de outro jornal, o Israel Hayom.
Netanyahu pode pegar até dez anos
de cadeia, se condenado por suborno, e até três anos por fraude e violação de
confiança. O Primeiro Ministro nega ter feito algo errado, alegando ser vítima
de uma caça às bruxas com motivações políticas da imprensa e da esquerda para
derrubá-lo.
Ontem, 28 de janeiro, Netanyahu
retirou o pedido de imunidade por meio de comunicado enviado de Washington,
onde ele estava para a apresentação do plano de paz dos EUA para o Oriente
Médio."Informei o presidente do Parlamento que retiro meu pedido de
imunidade. Mais tarde, desmentirei as acusações formuladas contra mim",
disse ele. "Mas, no momento, não
deixarei que meus adversários usem isso para prejudicar o processo histórico que
lidero."
Sendo Primeiro Ministro com
mais tempo no cargo em Israel, Netanyahu afirmou que o debate sobre sua
imunidade no Knesset tem sido um
"circo". Os procedimentos
legais agora seguem para o tribunal, embora o cronograma do julgamento ainda
seja incerto, podendo levar meses e até anos.
Por isso, nas eleições, Netanyahu aposta não apenas o cargo,
mas sua liberdade. A lei israelense determina que um ministro indiciado deva
renunciar, mas isso não se aplica ao
primeiro-ministro. "Ele sabia que a imunidade não seria concedida. Então
quis poupar-se de uma humilhação", disse Amir Fuchs, pesquisador do
Instituto de Democracia de Israel. "Ele quer que as pessoas falem sobre o
que está acontecendo nos EUA."
Segundo Fuchs, a vitória na eleição de março
permite ao premier refazer seu pedido de imunidade. O principal adversário de
Netanyahu, o general Benny Gantz,
líder do partido Azul e Branco, usou os problemas legais de Netanyahu em sua
campanha. "Os cidadãos de Israel têm uma escolha clara: um primeiro
ministro que trabalhe para eles ou um primeiro ministro ocupado com si
mesmo", escreveu Gantz ontem no Twitter.
(
Fonte: O Estado de São Paulo )
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