Que
me perdoem os meus maiores, se desrespeito norma que até hoje - ainda que com
crescente dificuldade - constitui regra pessoal de funcionário de muitas
décadas na Casa de Rio Branco.
´
Pois eu a vejo envergonhada pela
aludida nota expedida por seu Ministério
que, na essência, desrespeita uma tradição multissecular. Os Chefes dessa Secretaria
de Estado não têm por princípio associar-se
a tal tipo de manifestação, que vai contra os princípios da velha Casa de nosso
imortal Patrono, que se apoiam no respeito ao Direito das Gentes.
O Itamaraty, não fora já por sua
designação que o liga ao sobrado da rua Larga - em que uma plêiade de chefes
diplomáticos respaldara por longos anos a tradição brasileira de respeito aos
tratados - o que tanto contribui para o magno aporte de seu imortal chefe ao
comprido e caprichoso riscado de nossas fronteiras - não é uma solícita
sucursal das autoridades competentes, mas tende a expressar, seja pela voz -
discreta deveras, mas sempre oportuna - seja por documentos, o próprio
histórico apego aos princípios que informam a nossa Diplomacia, que, por não ser
construção de oportunistas, terão presente - o que pode ser considerado uma
segunda natureza - que os impede de associar-se a declarações de índole
oportunista, que se afastam de o que se conforma com a antiga e provada tradição
dos Chefes da Casa e dos leais servidores do Itamaraty, no que tange ao
respeito aos Tratados e à preservação da Paz.
As nossas alianças não sóem ser
automáticas, sobretudo se os atos assumidos não venham a corresponder aos
imortais princípios defendidos por nossos Maiores.
Respeitosamente,
Mauro Mendes de Azeredo
Embaixador.
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