Leio
que a Justiça do Japão emitiu ontem, 7 de janeiro, ulterior mandado de prisão
contra Carole Ghosn, que seria
suspeita de "falso testemunho" na investigação em curso contra seu
marido, o ex-diretor executivo da aliança Nissan-Renault, Carlos Ghosn.
Há de
convir-se que existem vários pontos não esclarecidos na questão judicial contra
Ghosn. Não tenho decerto procuração para defender o Sr. Ghosn, mas me surpreende
o encarniçamento das ações da justiça japonesa que se estendem agora também
para o cônjuge, no caso Carole Ghosn, "que teria dado declarações falsas à
Justiça nipônica em abril de 2019, ao ser interrogada sobre suas reuniões com
uma pessoa, cujo nome não foi revelado". A ação em tela significa, em
última análise, que a Justiça do país do sol nascente põe a francesa Carole sob
a intimidatória - e pouca realista - advertência de que poderia ser presa se porventura
venha a decidir retornar à aquela terra...
É
pouco crível que a mulher do ex-executivo acaso decida voltar ao Japão, a esse
país que ela alega havê-lo tratado tão mal - logo a ele que tanto ajudara a
progredir a aliança Nissan-Renault?
À
medida que sejam difundidos os procedimentos da Justiça e da polícia japonesa
contra o executivo, há duas consequências a serem retiradas da sua espetacular
fuga. As autoridades nipônicas de segurança deveriam ter em mente a insinuante
e irresistível atmosfera de ridículo que cresce e envolve a rocambolesca fuga
do executivo brasileiro, ridículo este que afeta diretamente os órgãos de
segurança japoneses, na sua quase inenarrável ineficiência ao sequer terem
condições de impedir a fuga de um alegado criminoso a quem tanto parecem temer,
sobretudo pelas mofinas providências que adotam contra a consorte Carole, que é
culpada decerto pelo desvelado amor que a leva a ajudar o marido...
(
Fonte: O Globo )
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