quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Câmara envia impeachment de Trump ao Senado


            
     A Câmara de Representantes, sob a direção de Madam Speaker Nancy Pelosi, e com maioria democrata, enviou ontem, quinze de janeiro, ao Senado as duas acusações formais de impeachment contra Donald Trump, o que abre caminho para o que o julgamento político do presidente americano  comece na próxima semana.
        Ao todo, 228 deputados votaram a favor do envio do processo  ao Senado, e 193 se opuseram. Trump é acusado de abuso de poder ao pressionar o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, a investigar o rival democrata Joseph Biden, em troca de uma ajuda militar - é de notar-se que Biden lidera a maior parte das pesquisas presidenciais.
         Trump foi igualmente acusado de obstruir a investigação sobre a questão no Congresso, ao bloquear testemunhos e documentos solicitados por deputados da oposição. "Hoje, estamos fazendo história. Estamos aqui para cruzar um limite muito importante, entregando o processo de impeachment  de um presidente", disse Nancy Pelosi, que preside a Câmara dos Representantes.

          A votação de ontem também aprovou a indicação de sete parlamentares democratas, designados por Pelosi, para atuar como promotores no julgamento no Senado.O presidente da Comissão de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, um adversário de Trump que atuou como promotor federal em Los Angeles por seis anos, foi selecionado para chefiar o grupo.

          Absolvição? Trump ainda não revelou sua equipe de defesa.  O julgamento, de acordo com a Constituição, será supervisionado pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts. Espera-se que o Senado, que tem 53 das cem cadeiras ocupadas por republicanos, absolva Trump, mantendo-o no cargo. Até agora, nenhum republicano expressou apoio à remoção - para ser aprovado, o impeachment precisaria de dois terços dos votos do Senado, ou seja, pelo menos 20 partidários de Trump teriam de abandoná-lo.
            Não obstante, não há negar que a sua condenação pela Câmara, no mês passado, permanecerá como mancha considerável no histórico desse presidente.  Além disso, o julgamento no Senado, que terá ampla cobertura da imprensa, pode-se tornar um embaraço em momento em que ele busca a reeleição - a disputa ocorrerá em novembro p.f.
               Durante cerimônia na Casa Branca relativa à assinatura de acordo comercial com a China, Trump atacou o processo de impeachment que chamou de embuste.
                Pelo Twitter, ele falou em "golpe".  O seu respeito aos fatos, amplamente confirmados pelo processo, cedeu lugar ao brutal negacionismo, sem qualquer consideração à realidade factual.
              Por sua vez, a porta-voz da Casa Branca, Stephanie Grisham, voltou a reiterar que "o presidente não fez nada de errado." "Ele espera ter direito no Senado ao devido processo legal, que Pelosi, presidente da Câmara, e os deputados democratas negaram. E ele espera ser completamente inocentado", completou a porta-voz.

( Fonte: O Estado de S. Paulo  )

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