Segundo noticia o
Estadão, o procurador Wellington Marques de Oliveira, do MPF, acusou o
jornalista Glenn Greenwald de participar de esquema de invasão de celulares e
roubo de mensagens de autoridades, como o Ministro da Justiça, Sérgio Moro, e o
Procurador Deltan Dallagnol, coordenador
da Força-tarefa da Lava Jato.
Nesse sentido, Greenwald foi acusado
de interceptação telefônica sem autoriza-ção judicial e associação criminosa. Além dele, seis pessoas foram denunciadas pelos mesmos crimes e lavagem de
dinheiro.
Para sustentar a acusação,o
procurador Marque de Oliveira cita diálogo entre o jornalista Greenwald e Luiz
Molição, acusado de ser um dos hackers que invadiram os celulares. A conversa
em tela ocorreu em junho de 2019, antes que o site The Intercept Brasil,
comandado por Greenwald, haja começado a publicar reportagens sobre mensagens
trocadas entre o Ministro Moro, o procurador Deltan e outras autoridades da
Lava- Jato.
No que tange a Glenn Greenwald, a
defesa desse jornalista disse que recebeu com perplexidade a notícia sobre a
denúncia e a classificou como "ataque à liberdade de imprensa."
Como se sabe, Greenwald não foi
objeto de investigação da Polícia Federal.
Assinale o Estado que Greenwald não foi objeto da investigação da Polícia Federal. Em agosto
de 2019, o ministro Gilmar Mendes
concedeu liminar em que proibia que o jornalista fosse investigado e responsabilizado pelas autoridades públicas
e órgãos de apuração administrativa ou criminal pela "recepção, obtenção
ou transmissão" de informa-ções publicadas na imprensa.
Nesse sentido, Gilmar
alegou "sigilo constitucional da
fonte" para a citada decisão.
Greenwald é fundador do site
The Intercept Brasil, que
iniciou a publicação de uma série de reportagens sobre mensagens trocadas entre
Moro - quando juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba - Deltan e outras
autoridades da Lava Jato.
Greenwald negou que haja
cometido crime e considerou a denúncia do MPF
como um "ataque à liberdade de imprensa".
Já o Procurador tratou da
questão na denúncia, afirmando que "diferente é a situação em que o
'jornalista' recebe material ilícito enquanto a situação delituosa ocorre e,
tendo ciência de que a conduta criminosa ainda persiste,mantém contato com os agentes infratores e ainda garante que os criminosos serão por ele protegidos,
indicando ações para dificultar as investigações e reduzir a possibilidade de
responsabilização penal".
A acusação formal contra
Greenwald gerou repercussão na política e no mundo jurídico. O Estado apurou que Gilmar considerou
que a denúncia desrespeita a sua decisão.
Integrantes da cúpula da PGR
ouvidos pela imprensa avaliaram que não havia impedimento legal para a acusação
formal. Conforme declaração de
representante na chefia da PGR, a legislação permite que alguém seja denunciado
sem que tenha sido oficialmente
investigado, desde que se disponha de elementos suficientes para embasar a
acusação. No que tange à Câmara, há declarações
contrastantes. Por seu lado, o Presidente Rodrigo
Maia (DEM-RJ) classificou a denúncia como "ameaça à liberdade de
imprensa". Por outro, o Senador Álvaro Dias (Podemos-PR) afirmou
que "Glenn Greenwald e seus comparsas" têm grandes chances de ir à
prisão. "Tudo isso com concurso de
pessoas e concurso material, várias pessoas praticando vários crimes."
( Fonte: O
Estado de S. Paulo )
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