quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Brexit aprovado no Parlamento Europeu


           

      O Parlamento europeu aprovou, conforme esperado, o acordo do brexit, último passo formal antes da saída do Reino Unido.  Há fotos da emoção de alguns euro-deputados britânicos, que choraram na despedida.
        "Somente na agonia da separação olhamos para a profundidade do amor", disse a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, citando George Eliot.
         Os 47 anos do Reino Unido na União Europeia terminam amanhã à meia-noite, mas a saída britânica tende a ser mais teórica do que prática. Se o erro de David Cameron hoje se apresenta como irreparável, apesar de deixar de ser estado membro, a Inglaterra segue vinculada às normas europeias durante onze meses, e nesse período de transição Londres e Bruxelas vão negociar um acordo comercial.
           O negociador-chefe da UE, Michel Barnier, apresentou ontem o projeto de negociação à Comissão Europeia, que só será, no entanto, divulgado após o Reino Unido se tornar oficialmente um terceiro país.
            Há outras dificuldades para o projeto. A Escócia pretende intensificar a estratégia para realizar um novo referendo de independência, desta feita com o argumento irrespondível de que o Reino Unido abandonará a UE contra a vontade da maioria dos escoceses.
               O gabinete da  primeira-ministra nacionalista, Nicola Sturgeon, apresentou moção ao Parlamento escocês, que obteve o respaldo da maioria dos deputados. Apesar de ter por ora apenas valor simbólico a aprovação foi bastante para aumentar a tensão entre os dois governos.
                  Não é mais hora de discutir sobre a oportunidade do brexit, que virou fato, para o bem e para o mal, do povo inglês. No entanto, 62% dos escoceses votaram pela permanência no bloco europeu.   E muitos nacionalistas escoceses querem aproveitar os primeiros meses do Brexit - que devem afetar a economia britânica - para lograr aumentar o apoio pela independências da Escócia.
                    Outro problema que tende a agravar-se após o Brexit é a Irlanda do Norte. Após 30 anos  de violência entre católicos e protestantes, com mais de três mil mortes, o território foi por fim pacificado pelo Acordo da Sexta-Feira Santa, de 1998, pelo qual os ingleses concordaram em desmontar os postos de checagem na fronteira. Sob as regras do mercado comum europeu, as economias das duas Irlandas se tornaram dependentes e integradas. Hoje, ninguém mais aceita a volta da fronteira física entre os dois territórios, o que significa, na prática, uma Irlanda unificada. Assim em setembro, pesquisa do instituto Deltapoll apontou que 52% dos norte irlandeses - a maioria jovem - apoiam a unificação, enquanto  39%, ainda querem ser parte do Reino Unido.

                           Demografia. Sexta feira à meia noite, dia 31 de janeiro, a União Europeia perderá pela primeira vez um Estado-membro. Com a saída de 66 milhões de habitantes, a União Europeia verá sua população diminuir para cerca de  446 milhões.                       

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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