Não
é por acaso que o líder trabalhista, Jeremy
Corbyn, constitui um candidato tão fraco na competição com os
conservadores, liderados por Boris Johnson, que parece encaminhar-se
para uma confortável vitória, com apreciável vantagem sobre o Labour.
Com efeito, apesar de terem subido nas pesquisas, os trabalhistas estão dez
pontos atrás dos conservadores.
Com efeito, apesar de a maioria ser
contra o Brexit negociado por Boris
Johnson, afigura-se como improvável o triunfo de Jeremy Corbyn, pela sua insensibilidade ao antissemitismo
prevalente no Partido Trabalhista.
O próprio Richard Evans, especialista em história do nazismo, que, a
principio anunciara o seu voto pró Corbyn, malgrado "o câncer do
antissemitismo ter infectado o partido", acabou por voltar atrás,
optando pelos tories.
Os motivos que conduziram à
mudança de opinião de Evans são:
(a) em entrevista a Andrew Neil,
da BBC, Corbyn se negou por 4 vezes a pedir desculpas pela leniência com
o antissemitismo no Labour,
além de mentir sobre a adoção de critérios mais rígidos na investigação das
acusações;
(b) em atitude inédita, o Rabino-chefe das sinagogas ortodoxas britânicas, Ephraim Mirvis, condenou em artigo no Times a forma como a liderança trabalhista lida com a questão, a par de questionar a capacidade do líder
Corbyn: "Quão cúmplice com o preconceito precisa ser um líder da
oposição para estar inapto para o cargo?";
(c) o advogado Anthony Julius, que defendeu a princesa Diana e a
historiadora Deborah Lipstadtw, publicou no New Statesman uma carta aberta a
Evans: "não é coincidência que o
mais incapaz líder do partido Trabalhista seja também o único antissemita.
Há provas contundentes de abuso contra judeus no Labour, de respostas hostis
aos que denunciam o antissemitismo e da indicação de antissemitas a posições de
poder. É assim que o período Corbyn será lembrado. É este seu legado ao
partido."
(
Fonte: O Estado de S.Paulo )
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