segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Felon, o novo Caça russo


                                  
         Com pertinácia e mesmo obstinação, gospodin Vladimir Putin trata de colocar a aviação militar russa em nível antes ocupada pelos esquadrões soviéticos.  A base de sustentação não é, decerto, a mesma que era conferida pela antiga União Soviética, então o grande rival dos Estados Unidos, mas o presidente russo se obstina em ignorar as limitações materiais da Rússia atual, em seu projeto de dotar as suas forças armadas de equipamentos de relevância bélica.
            É, decerto, o caso do novo Caça Russo,  conhecido como Felon, o criminoso, assim chamado no Ocidente por sua capacidade  e tamanho.
            Assim, esse novo Caça Russo, a mais recente máquina aérea  produzida pela JSC Sukhoi Company, que é avançado supersônico de quinta geração, recebeu outra designação na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) - desde novembro do ano passado, ele é chamado de Felon (bandido). É admirado por conta de suas características pelos especialistas.
             Grande e pesado, como grande parte dos jatos de ataque da Federação Russa, o Su-57 mede pouco mais de 21 metros de comprimento, e, preparado para o combate, marca acima de 29 tons. na balança.
               Sob as asas e em seis compartimentos internos, nove tons. de mísseis e bombas guiadas. Segundo Serghei Shoigu, ministro da Defesa, a velocidade máxima passa de 2,4 mil km/hora, mas o fabricante admite cerca de 2,1 mil km/hora.
               Nesse segmento, o que conta é que pode manter por longo períodos um deslocamento em ritmo de super cruzeiro, 1,7 mil km/hora, mas o fabricante admite cerca de 2,1 mil km/hora, quase uma vez e meia a velocidade do som. Usa vários tipos de tecnologia 'stealth', para dificultar o rastreamento por sensores eletrônicos, como radares digitais e varredores laser.
                 O presidente russo quer fazer do Su-57 um produto atraente (e competitivo) n mercado internacional. Primeira providência, assinou a encomenda de 76 unidades a serem entregues até 2028, garantindo o aval do governo russo ao programa. As agências russas de exportação avaliam que ao longo dos próximos trinta anos a demanda mundial por jatos da classe do Felon será da ordem de mil caças.
                  O preço atual estimado bate nos US$ 45 milhões. Os dois primeiros Su-57 da série, totalmente operacionais, serão recebidos no primeiro semestre de 2020. Há dez protótipos de teste e ensaio prontos. Em fevereiro de 2018, dois deles,talvez seguidos por outros dois, iniciaram um ciclo de provas sob fogo real a partir da base aérea de Khmeimim, na Síria. No mesmo período, a cidade de Ghouta Ocidental, reduto da oposição ao regime de Bashar Assad, foi pesadamente bombardeada - em 20 horas, morreram cem pessoas.
                   Caças Su-35 e Su-34, russos, participaram da operação.  Não houve menção ao Su-57. Entretanto, nove meses mais tarde, em novembro, ao anunciar em Moscou a entrada em serviço regular da aeronave, o ministro Shoigu disse que uma delas havia disparado um míssil de cruzeiro Kh-59Mk2 - com ogiva explosiva de 330 kg, alcance de 550 km - em algum momento durante "os dois dias de trabalho na Síria".

Venezuela. O primeiro cliente internacional do Felon pode ser a aviação da Turquia. O presidente Recep Tayyip Erdogan esperava receber cem unidades de F-35 JSF, novo caça dos Estados Unidos. O negócio foi cancelado depois que Ancara comprou da Rússia o sistema de defesa antiaérea S-400, considerado "clara ameaça" por Donald Trump.
                    Em agosto, Putin apresentou o Su-57 a Erdogan. Houve um bem humorado diálogo entre eles. O dirigente turco apontou para o caça, perguntando, "esse é o caça que eu vou querer comprar?", recebendo do colega russo uma resposta significativa\; 'estou mostrando a você a cabine de comando, é informação secreta..." Em setembro foi formado um grupo de trabalho binacional destinado a viabilizar um contrato.
                    Em 2010 a Força Aérea do Brasil foi convidada a integrar o programa. A iniciativa não prosperou. A Índia discute há sete anos o plano de aquisição de uma versão local.
                     Durante o encontro de setembro entre Putin e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, a troca dos 23 Sukhoi 30S venezuelanos pela variante Su-35, mais poderosa, incluía o Su-57. De acordo com um funcionário da Rostec, estatal russa de exportação de manufaturados, o tema não progrediu.
                     O primeiro voo do Su-57 foi em 2010. O projeto avançou lentamente.O desenho foi modificado para incorporar controles digitais para expandir a manobrabilidade e receber duas turbinas de alto rendimento.

( Fonte: O Estado de S.Paulo )

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