Com pertinácia e mesmo
obstinação, gospodin Vladimir Putin trata de colocar a aviação militar russa em
nível antes ocupada pelos esquadrões soviéticos. A base de sustentação não é, decerto, a mesma
que era conferida pela antiga União Soviética, então o grande rival dos Estados
Unidos, mas o presidente russo se obstina em ignorar as limitações materiais da
Rússia atual, em seu projeto de dotar as suas forças armadas de equipamentos de
relevância bélica.
É, decerto, o caso do novo Caça
Russo, conhecido como Felon, o
criminoso, assim chamado no Ocidente por sua capacidade e tamanho.
Assim, esse novo Caça Russo, a mais
recente máquina aérea produzida pela JSC
Sukhoi Company, que é avançado supersônico de quinta geração, recebeu outra
designação na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) - desde novembro
do ano passado, ele é chamado de Felon (bandido). É admirado por conta de suas
características pelos especialistas.
Grande e pesado, como grande parte
dos jatos de ataque da Federação Russa, o Su-57 mede pouco mais de 21 metros de
comprimento, e, preparado para o combate, marca acima de 29 tons. na balança.
Sob as asas e em seis
compartimentos internos, nove tons. de mísseis e bombas guiadas. Segundo
Serghei Shoigu, ministro da Defesa, a velocidade máxima passa de 2,4 mil
km/hora, mas o fabricante admite cerca de 2,1 mil km/hora.
Nesse segmento, o que conta é
que pode manter por longo períodos um deslocamento em ritmo de super cruzeiro,
1,7 mil km/hora, mas o fabricante admite cerca de 2,1 mil km/hora, quase uma
vez e meia a velocidade do som. Usa vários tipos de tecnologia 'stealth', para
dificultar o rastreamento por sensores eletrônicos, como radares digitais e
varredores laser.
O presidente russo quer fazer
do Su-57 um produto atraente (e competitivo) n mercado internacional. Primeira
providência, assinou a encomenda de 76 unidades a serem entregues até 2028,
garantindo o aval do governo russo ao programa. As agências russas de
exportação avaliam que ao longo dos próximos trinta anos a demanda mundial por
jatos da classe do Felon será da ordem de mil caças.
O preço atual estimado bate
nos US$ 45 milhões. Os dois primeiros Su-57 da série, totalmente operacionais,
serão recebidos no primeiro semestre de 2020. Há dez protótipos de teste e
ensaio prontos. Em fevereiro de 2018, dois deles,talvez seguidos por outros
dois, iniciaram um ciclo de provas sob fogo real a partir da base aérea de
Khmeimim, na Síria. No mesmo período, a cidade de Ghouta Ocidental, reduto da
oposição ao regime de Bashar Assad, foi pesadamente bombardeada - em 20 horas,
morreram cem pessoas.
Caças Su-35 e Su-34, russos,
participaram da operação. Não houve
menção ao Su-57. Entretanto, nove meses mais tarde, em novembro, ao anunciar em
Moscou a entrada em serviço regular da aeronave, o ministro Shoigu disse que
uma delas havia disparado um míssil de cruzeiro Kh-59Mk2 - com ogiva explosiva
de 330 kg, alcance de 550 km - em algum momento durante "os dois dias de
trabalho na Síria".
Venezuela.
O primeiro cliente internacional do Felon pode ser a aviação da Turquia. O
presidente Recep Tayyip Erdogan esperava receber cem unidades de F-35 JSF, novo
caça dos Estados Unidos. O negócio foi cancelado depois que Ancara comprou da
Rússia o sistema de defesa antiaérea S-400, considerado "clara
ameaça" por Donald Trump.
Em agosto, Putin apresentou
o Su-57 a Erdogan. Houve um bem humorado diálogo entre eles. O dirigente turco
apontou para o caça, perguntando, "esse é o caça que eu vou querer
comprar?", recebendo do colega russo uma resposta significativa\; 'estou
mostrando a você a cabine de comando, é informação secreta..." Em setembro
foi formado um grupo de trabalho binacional destinado a viabilizar um contrato.
Em 2010 a Força Aérea do
Brasil foi convidada a integrar o programa. A iniciativa não prosperou. A Índia
discute há sete anos o plano de aquisição de uma versão local.
Durante o encontro de
setembro entre Putin e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, a troca dos 23
Sukhoi 30S venezuelanos pela variante Su-35, mais poderosa, incluía o Su-57. De
acordo com um funcionário da Rostec, estatal russa de exportação de
manufaturados, o tema não progrediu.
O primeiro voo do Su-57
foi em 2010. O projeto avançou lentamente.O desenho foi modificado para
incorporar controles digitais para expandir a manobrabilidade e receber duas
turbinas de alto rendimento.
( Fonte: O Estado de S.Paulo
)
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