domingo, 15 de dezembro de 2019

Roma contra Salvini


                                   
   Multidão se reuniu ontem, catorze de dezembro, na Praça San Giovanni, em Roma, em nova manifestação do movimento das "sardinhas", que é uma iniciativa apartidária, criada para frear a ascensão de Matteo Salvini, na Itália.
     Segundo o Ministério do Interior, o ato teve a participação de 35 mil pessoas,  o que é um número inédito para esse grupo de jovens, que conseguiu quebrar o monopólio nas ruas pela extrema direita.
      A mobilização começou em novembro último, como um flash mob contra os comícios do ex-Ministro do Interior para eleger Lucia Borgonzoni, que é a candidata da Liga a governadora da Emilia Romagna, que é um histórico feudo da esquerda italiana, nas eleições regionais programadas para 26 de janeiro.
       O primeiro protesto, realizado em Bolonha, pretendia atrair pelo menos seis mil pessoas contra Salvini, mas vieram treze mil na Praça Maggiore.

       Já o segundo protesto, na Praça Grande, em Modena, reuniu sete mil pessoas.
        Desde então, o movimento se espalhou por regiões de norte a sul do país, lotando praças e ruas com os manifestantes, "espremidos como sardinhas".

        "A ideia era encher a praça e mudar um pouco a percepção sobre a política nos últimos anos. Eu diria que o objetivo foi alcançado", disse o líder do movimento, Mattia Santori.  No início do mês, o grupo já havia reunido 25 mil pessoas em Milão, terra natal e berço político de Salvini.
  
       Santori disse que os representantes regionais do Grupo começam a discutir hoje um calendário de mobilizações para 2020, "Vamos trabalhar para definir a melhor maneira de recomeçar, em janeiro, com uma nova onda de participação", afirmou ele.
          O ativista, de 32 anos, também declarou que "99% das sardinhas" não querem formar um novo partido.  Apesar do discurso apartidário, a manifestação em Roma teve um viés abertamente progressista, com a participação de imigrantes e grupos antifascismo.
            O principal slogan do ato foi "Roma não se liga", em óbvia referência ao partido fascistóide de Salvini, a Liga.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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