O presidente Andrès
Manuel López Obrador convocou seus
partidários para celebrarem um ano de governo. A iniciativa, no entanto, foi
ofuscada pela resposta de seus opositores, que protestaram na Cidade do México,
tendo como tônica principal a alta na criminalidade.
Nesse contexto, o último episódio na crescente onda de violência foi confronto
entre policiais e traficantes, que deixou 21 mortos no norte do país no fim de
semana.
Se o
presidente mexicano, de 66 anos de idade, entra no segundo de seus seis anos de
governo com a popularidade elevada (cerca de 60%), ele tem a respectiva
aprovação em queda nos últimos dois meses.
O
principal problema é um que persegue há muito os mandatários mexicanos - o
recrudes-cimento da violência ligada ao narcotráfico, que é a maior preocupação
do Povo mexicano. A taxa de homicídios subiu mais 2% nos primeiros dez meses de
sua presidência. Foram cerca de trinta mil mortes neste ano.
No
confronto ocorrido nesse fim de semana, policiais enfrentaram traficantes
ligados ao Cartel do Nordeste, na cidade
de Villa Unión, de cinco mil habitantes, a uma horas dos Estados Unidos.
Nesse contexto, o poder de fogo dos criminosos chamou a atenção. Prédios públicos e veículos policiais foram alvo
de armas de grosso calibre. Pelo menos, quatro agentes públicos foram
mortos.
O
episódio em tela motivou o presidente
Donald Trump a divulgar um plano para
designar os cartéis mexicanos como grupos terroristas. O projeto de Trump colocou pressão extra
sobre o presidente mexicano, por levantar dúvida sobre possíveis ações
americanas em território mexicano.
Outro momento em que ficou evidente a dificuldade dos agentes mexicanos
para manter domínio sobre parte de seu território foi a operação frustrada para
capturar em 17 de outubro, Ovidio Guzmán, filho de Joaquin "El Chapo"
Guzmán, líder do Cartel de Sinaloa, condenado à prisão perpétua nos Estados
Unidos. O governo foi obrigado a soltá-lo por ter menos poder de fogo que os
criminosos. Policial que deteve Ovidio foi executado com 155 tiros dias depois.
Há
um outro desafio importante para o Presidente López Obrador. Analistas apontam
o estancamento da economia mexicana, que entrou em retrocesso de 0, 2% no primeiro
e segundo trimestres e crescimento nulo no terceiro, como outro desafio para
AMLO. O Banco do México voltou a reduzir, na semana passada, a expectativa de
crescimento do PIB. "Ainda não houve o crescimento econômico que
desejamos, mas existe uma distribuição melhor da riqueza", afirmou o
presidente em seu discurso de ontem.
Especialistas estimam que algumas ações do governo geraram nervosismo
entre os investidores, principalmente o cancelamento do projeto milionário de um novo aeroporto em Ciudad de
México. A demora na aprovação do novo acordo comercial da América do Norte,o
T-MEC por EUA e Canadá, também minou a confiança dos
investidores.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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