O
primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu afirmou a quinze do corrente,
que o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu
a mudar a sede da embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para
Jerusalem em 2020.
Ainda na cerimônia, o deputado Eduardo
Bolsonaro confirmou o que dissera Netanyahu, e acrescentou: "Queremos dar
esse passo em Jerusalém, não apenas para o Brasil, mas como um exemplo para o
resto da América Latina".
É importante, no entanto, ter presente
os seguintes fatos: o status da cidade
de Jerusalém é uma das questões mais complexas do conflito israelo-palestino.
Israel ocupa Jerusalém Oriental desde
a guerra de 1967. Depois anexou a região, em ato que nunca foi reconhecido pela
comunidade internacional. Se Israel considera toda a cidade como sua capital,
os palestinos querem transformar Jerusalém Oriental na capital de seu futuro
estado.
Por isso, a recomendação da ONU é a
manutenção das missões em Tel Aviv, aonde a maioria das embaixadas estão
situadas, até que o impasse seja resolvido. Apesar de professar a mudança da
embaixada do Brasil (ora está em Tel Aviv, como as demais), durante visita a
Israel em março, Bolsonaro anunciara apenas a abertura de escritório da Apex na
cidade.
A transferência da missão para
Jerusalem, algo que os Estados Unidos de Trump fizeram, é mal vista nos meios
diplomáticos como forma de legitimar o status israelense da cidade, e sofre, por
conseguinte, forte oposição dos países árabes. É exatamente por isso que o
agronegócio brasileiro se tem posicionado contra a mudança da embaixada, pelo
prejuízo que acarretaria para a exportação de carne para o mundo árabe.
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
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