sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

O que será da Mãe das Democracias?


                                                                               
       As pesquisas de boca de urna no Reino Unido indicam que o Primeiro Ministro Boris  Johnson deve obter maioria no Parlamento britânico.

        Na confusão política que reina na mãe de todas as democracias, essa vitória contrasta dramaticamente com o fracasso anterior de sua antecessora Theresa May, que convocando então novas eleições viu-se sem maioria, vendo-se forçada a aliança com pequeno partido da Irlanda britânica.

         Desta feita, se o cômputo dos votos confirmar afinal o premier Johnson com a ansiada supremacia em Westminster, estaria aberto novo cenário para o Brexit.

         Poder-se-ia acaso  excluir, no entanto, que a sua confirmação nas urnas venha a varrer as muitas dificuldades que ainda o aguardam, quais salteadores de estrada, nesse tortuoso caminho que já colhera uma vítima inocente no Parlamento e que ainda promete muitas surpresas e talvez alguns dissabores para o reforçado primeiro ministro, quem com o seu fotogênico cachorrinho, deverá ora enfrentá-los, em toda a magna, quem sabe inútil confusão, que foi legada por seu já distante e meio esquecido antecessor, o hoje aposentado David Cameron, que pensara livrar-se de incômoda reivindicação de mais um plebiscito sobre a União Europeia, com outro referendo...

            Talvez sem o saber, varreu do horizonte o sonho de afinal libertar a velha Albion de um anacrônico isolamento. E o que mais confrange é que esse suposto ideal seja por fim partilhado por gerações de aposentados, enquanto a renovada insularidade  nega aos jovens  as promessas do Continente, que muitos pensaram entrever além dos white cliffs of Dover ?


(Fonte: O Globo )

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