domingo, 8 de dezembro de 2019

Og Fernandes, o bom Juiz


                        
        Em um país que poderíamos dizer sedento por homens honestos e bons juízes, o Ministro (do Superior Tribunal de Justiça) Og Fernandes valoriza andar nas ruas sem ser reconhecido. Como assinala, no entanto, o Estadão, essa condição de discrição será colocada à dura prova após ações de grande interesse público e repercussão no meio político, que entraram no fluxo cotidiano de seus gabinetes, no STJ e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em que acumula a corregedor-geral.

         Do inquérito de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia, às ações que podem cassar o presidente Jair Bolsonaro e a senadora Juíza Selma (Podemos-MT), passando pela controvérsia sobre a coleta de assinaturas digitais para criar novos partidos, Og estará no centro das atenções.
           Uma placa no hall de entrada do gabinete anuncia, com frase de Caetano Veloso, a origem do ministro: "Onde queres Leblon, sou Pernambuco".
            No gabinete, onde foram assinadas as decisões que colocaram atrás das grades uma ex-presidente do TJ baiano, o símbolo da Justiça na mitologia grega, a deusa Themis, é representada como cangaceira. No quadro, feito sob encomenda a um artista conterrâneo, a balança é preenchida por cajus e bananas, e a espada é substituída por uma faca peixeira.
             Em tempos de pressão, o ministro rejeita a alcunha de caçador de magistrados. Ele afastou seis integrantes do TJ baiano, incluindo o atual presidente, e prendeu também um juiz e a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago.

            Na principal sentença da Corte Especial do STJ en 2019, Og deu um dos oito votos pela condenação do governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), a seis anos e nove meses de reclusão. Sem embargo, para a classe política em Brasília, no entanto, a toga mais temida de Og, no momento, é a de ministro do TSE.
              Og também é relator das ações que podem levar à cassação do presidente da República e do vice Hamilton Mourão, por envolvimento  em disparos em massa de mensagens na campanha eleitoral de 2018.  O TSE deve julgar o caso em 2020.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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