O
New York Times de hoje, dois de dezembro, nos noticia
algo que, se não surpreende, não deixa decerto sob boa luz quem se acredita
estreito amigo do presidente americano. Andar junto com Trump, nesses tempos
sacudidos pelas rajadas do impeachment
- que está sendo servido ao presidente estadunidense em cuidadosas doses por Madam Speaker Nancy Pelosi
- não se afigura decerto uma boa experiência.
Pois nesta segunda, o inefável Trump fez saber que os fazendeiros
americanos estão sofrendo pela assim-chamada manipulação financeira supostamente realizada por Brasil e
Argentina.
Nesses termos, Sua majestade comunica
pelo Twitter : "Brasil e
Argentina estão presidindo a maciça desvalorização de suas moedas, o que não é
bom para nossos fazendeiros. Por conseguinte, com efeito imediato, Eu vou
restaurar as tarifas em todo Aço e Alumínio que seja enviado por esses países
para os Estados Unidos."
O impeachment prossegue na Câmara de Representantes, que, por conta do
eleitorado, tem hoje maioria democrata.
Por isso, despejando a sua raiva em quem antes pensava tê-lo como Amigo,
que, no que ao Brasil concerne, como se
fora Júpiter despeja das nuvens mais raios lançados contra esses países que
ousariam criar-lhe empecilhos, enraivecido por supostas cotações infladas desse
aço e alumínio de que carecem seus alegados fazendeiros eleitores.
A obsoleta guerra comercial, de
súbito reinventada por Donald Trump, ela que jazia merecidamente esquecida nos
escaninhos de empoeirados armazéns, volta pelo cruel capricho de um Zeus ora
acossado por seus súditos democratas para o palco da História, em estranha
reedição de antigos conflitos, a que o presidente americano, neste conturbado
fim de reino, pensa ainda possam servir-lhe não mais contra a candidata China,
mas desta feita lançada contra o Brasil, e seu novel presidente...
( Fonte: The New York Times )
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