quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Greta Thunberg, person do the year


                  
     Há menos de ano e meio, a adolescente sueca Greta Thunberg, então com quinze anos, faltou à escola para protestar, sozinha, contra as mudanças climáticas. Três meses depois, 17 mil estudantes começaram a replicar sua "greve pelo clima".  Já em março de 2019, dois milhões de jovens em 135 países se engajaram.
       Ontem, quarta-feira, 11 de dezembro, ela discursou na 23ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-25), que reúne líderes mundiais em Madri, e foi eleita a personalidade do ano, pela revista Time.

        Greta é a pessoa mais jovem da história a ser escolhida, desde 1927. A indicação não é um prêmio, mas representa a pessoa ou grupo que mais influenciou eventos no ano - ou seja que de alguma forma, entrou para a História. Dentre eles, estão o Papa Francisco, Barack Obama, Mark Zuckerberg (fundador do Facebook) e, em passado mais distante, Mahatma Gandhi e até Adolf Hitler.
        Para o editor do Time, Greta "é a principal voz no principal desafio que o planeta enfrenta". "Thunberg não é líder de um partido político ou de grupos que advogam por agendas. Ela também não é a primeira a soar o alarme da crise climática, nem é a mais adequada para resolver esse problema.(...) Ela é uma adolescente comum que, a partir de sua coragem de falar a verdade para poderosos, se tornou o ícone de uma geração", afirma o Time.  Sem ser cientista, nem política, sem acesso a níveis de influência tradicionais, pois não é bilionária, nem princesa, ou estrela pop, e nem mesmo adulta.                                 

        "Adolescente comum que, a partir de sua coragem de falar a verdade para poderosos, se tornou ícone de uma geração", ainda segundo o Time. Com 12 milhões de seguidores em suas contas no Instagram, Twitter e Facebook, Greta acumula simpatizantes, mas também desafetos, como Donald Trump. Há poucos dias após criticar o assassínio  de indígenas no mundo, incluindo o Brasil,  Jair Bolsonaro a chamou de "pirralha".
          Após a declaração, Greta alterou a descrição de seu perfil nas redes sociais para "pirralha". Ontem, a ex-Ministra do Meio Ambiente Marina Silva pediu desculpas "em nome do Brasil" pela forma como o presidente "desrespeitosamente e agressivamente se dirigiu a ela".
           Para o Time, Greta, portadora da síndrome de Asperger, transtorno do espectro autista, "não opera no mesmo registro emocional". "Não gosta das multidões. Ignora a conversa jogada fora e se comunica por frases diretas e simples. Não pode ser bajulada ou distraída", e segundo a revista, " essas qualidades ajudaram a torná-la uma sensação global."
            Registre-se, por fim, que Greta, ao saber do apodo que lhe dirigiu Bolsonaro, mandou incluir no seu curriculum o termo "pirralha".

( Fonte: O Globo )

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