A notícia está
publicada no Estado de S. Paulo de hoje, segunda-feira, dezesseis de dezembro: Vanderlei
Luxemburgo retorna ao Palmeiras. Sem
embargo, Luxemburgo vai deixar saudades na torcida do clube da Colina. Mostrou
que, mesmo contando com um elenco de valores que não pode ser comparado ao do hodierno
Flamengo, graças à sua maestria e aplicação técnica, o Vasco pôde jogar em
igualdade de condições com o seu tradicional adversário, e chegar ao final dos
noventa minutos regulamentares com um empate que refletiu, além do empenho dos
jogadores, o indiscutível domínio desse treinador de o que se deve fazer para
que um team com um elenco de atletas que
não se pode decerto comparar com o atual plantel de seu antigo e provado
adversários de tantas décadas, possa ao final exercer o domínio técnico sobre o
rival, e que se refletiu no resultado terminal do empate, que dadas as
condições representou um inegável triunfo da maestria técnica de seu treinador.
Que o leitor dessa minha já longa coluna me perdoe se o vocábulo técnico
aqui apareça por demais nas linhas acima. Mas no caso devo invocar uma
atenuante. Vanderlei Luxemburgo é um técnico de escol em nosso futebol. Por isso, o Palmeiras o quis de volta. Não me
cabe aqui apresentar razões que desconheço, para explicar porque a saída do
comandante do Clube de Regatas Vasco da Gama foi na aparência tão fácil.
Mas espero que pelo menos uma lição haja sido apreendida. O C.R.V.G. tem
tradições bastante e uma grande torcida, para ser submetido no futuro a dispor de um plantel de jogadores que não
sejam representativos de o que ele tem significado, através de tantas décadas
de travessia futebolística. O Vasco só será perseguido pelos fantasmas não só
da falta de um plantel que não esteja à altura das exigências do Campeonato
brasileiro, em sua primeira divisão, se a direção do Clube entregar à sorte a
permanência da equipe na primeira divisão. Respeito à Torcida, e respeito
sobretudo aos jogadores, dadas as tradições do time da Colina.
Vamos pensar grande, sem esquecer que os mais insidiosos desafios estão
na preservação dos valores do Clube de Regatas Vasco da Gama. Sacos de dinheiro
não substituem um bom jogador, prata da casa. O que alimenta a torcida é a
experiência da vitória. Se ela se torna um hábito, tanto melhor, porque é
através da vitória que se eleva o nome da equipe, a sua fama e se alçam ainda
mais os cenários para os jovens torcedores,
aonde está o celeiro do futuro. O saudosismo só nos serve se nos empurra
a feitos maiores. Um grande time - como por exemplo foi o Expresso da Vitória - se constrói com valores, com conquistas, com
o apoio da torcida e dos bons técnicos.
Como diziam, no velho esporte bretão, a vitória não se constrói nem com
mandingas, nem com truques escusos. E a Torcida vendo o empenho novo, agradece dentro
da sua conhecida fórmula: enchendo as arquibancadas, apoiando o nosso plantel,
preservando-o na qualidade sempre. E aí, não será realmente surpresa se
tivermos de volta o Expresso da Vitória.
Torcida nós temos. Estádio também. Nos falta formar, com a prata da
casa, e se possível alguns reforços, o que nos traga de volta arquibancadas
cheias, estádios plenos, emoção nos
torcedores jovens e velhos, que o futuro pode brilhar de novo, sem truques e
sem mistérios. Trabalho e técnica, para que não acabemos como outros grandes
teams do passado. A sorte só ajuda quem
se prepara para enfrentá-la.
( Fontes: O Estado de S. Paulo e O Globo )
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