Parece-me sensata e oportuna a posição
a respeito da Venezuela, expressa pelo Ministro Aloysio Nunes, publicada hoje
pelo Estado de S. Paulo. Já está longe o tempo em que a cadeira de Rio Branco
esteve ocupada por representantes que não expressavam o sentir da maioria dos
brasileiros.
Há frases do artigo do Ministro Aloysio
Nunes que informam a nossa posição e a da maior parte daqueles que desejam o
restabelecimento da democracia na Venezuela: "O que motivou a Reunião de
Chanceleres foi a constatação de que o estado democrático de direito deixou de
vigorar na Venezuela". Aí vemos "a arbitrariedade de um governo que
cerceia as liberdades fundamentais de seus cidadãos, destrói a independência do
Judiciário, ignora a voz do Legislativo, sufoca a Oposição e se nega a
organizar eleições."
E não ficamos por aí:
"Prisioneiros políticos e de consciência lotam os porões do regime. O
saldo crescente de mortos e feridos, resultante dos confrontos entre
oposicionistas e forças governamentais nas ruas, é um verdadeiro escândalo
(...)"
A despeito das "opiniões
diversas, do ponto de vista político ou ideológico, sobre o governo
venezuelano, mas o fato inegável é que, a cada dia, aumenta o número de
cidadãos venezuelanos vitimados por uma impiedosa repressão governamental. Até
quando isso vai continuar?"
"Não
podemos deixar o povo venezuelano desamparado. Nosso continente já sofreu demais
o flagelo do autoritarismo."
Por isso, "o governo brasileiro
está firmemente comprometido com a criação de condições para uma saída política
e pacífica para a Venezuela, que deve ser encontrada pelos próprios
venezuelanos com o apoio e a facilitação de um grupo representativo de países e da OEA."
"Entre os países-membros da OEA, há
reconhecimento generalizado da gravidade da crise, da urgência de um fim imediato para a violência e da
necessidade de um diálogo efetivo, real entre o governo e a oposição, com
vistas à definição de um cronograma de
transição política pacífica.
"O grupo de países composto por
Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos,
Guatemala, Honduras, México, Paraguai, Panamá, Peru e Uruguai já apresentou uma
proposta sólida para avançar nesse sentido."
"Preocupa-nos, em especial, a
convocação pelo governo venezuelano de uma Assembleia Constituinte segundo
procedimento que está à revelia do princípio do sufrágio universal inscrito na
própria Constituição bolivariana. Trata-se de medida que, além de alijar ainda
mais o Poder Legislativo legítimo, provocará seguramente, se não for
revertida,a radicalização cada vez maior
da crise politica e o alastramento da violência.
"Estamos trabalhando com os
países caribenhos da OEA para aproximar a proposta deles da nossa e, assim, fortalecer nossa atuação
conjunta em defesa da democracia e da
paz na Venezuela."
"Não posso deixar de
enfatizar a trágica dimensão humanitária da crise. Milhares de cidadãos venezuelanos
atravessam todos os dias a fronteira com o Brasil. Vem (...) compelidos pela
escassez na Venezuela de gêneros indispensáveis
à sobrevivência. (...)
"A crise humanitária é
consequência direta da privação de direitos sofrida pelos venezuelanos.
Defendemos o respeito aos princípios democráticos para que o povo da Venezuela
possa voltar a ser senhor do próprio destino."
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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