É enorme a rejeição da maioria da população
venezuelana ao governo de Nicolás Maduro. Os protestos, em escala nacional,
surgiram já no início de abril, têm paralisado o país, e a repressão pelo governo
chavista já causou, pelo menos, 75 mortes de manifestantes e mais de mil e quinhentos
feridos.
Essas manifestações de repúdio ao
governo corrupto e ineficiente de Maduro só vem aumentando, apesar da dura
repressão. Os meganhas, os chamados 'coletivos' (individuos armados pelo regime
chavista, em geral saídos da mala vita)
tem claramente assinalado que a ordem do governo chavista é a de reprimir e,
mesmo, matar, como se verifica pela cruel e cínica atitude desses bandidos
armados.
A ditadura está em pleno processo de
implantação, como se vê nas determinações abstrusas e orwelianas de encarregar
a Corte Suprema de Justiça de assumir
as funções - ou então de impedir as
funções - da Assembléia Legislativa, dada a incômoda circunstância de que a
maioria é da Oposição.
Para 'resolver' tal problema,
Maduro na prática fechou a Assembléia Legislativa. Por outro lado, como
determinara à autoridade competente de não realizar o recall - que é o direito constitucional da população de votar sobre
a interrupção de mandato da autoridade presidencial - como, no caso, Nicolás
Maduro - que não mais goze do apoio do povo venezuelano. Maduro não trepidou em ignorar o exemplo de
Hugo Chávez que se submetera ao recall
e vencera. Como, enquanto herdeiro de Chávez,
Maduro não tenha nem a têmpera nem as qualidades de Chávez - terá apenas talvez
a veia ditatorial - o presidente Maduro 'resolveu' o problema do 'recall' cancelando-lhe a realização, eis
que se fosse posto em prática o atual presidente hoje estaria - para felicidade
geral da Nação Venezuelana - na rua...
Além da corrupção e da marcha batida
para a ditadura, Nicolas Maduro pensa em manter-se indefinidade no poder, não
dando importância não só à rejeição da população, mas também à situação
calamitosa de seu desgoverno (hiper-inflação, desabastecimento, falta total de
segurança, negação à cidadania nos seus aspectos mais elementares, e last but not least, deslavada corrupção). A contribuição de Maduro se assinala
pelo caos jurídico - um Supremo de picaretas partidários, a repressão
deslavada, a corrupção sem limites - e ele agora a completa com essa
estranhíssima Constituinte municipal, escolhida por grupo de atividades. Como o Povo não apóia
esta nova "idéia" de Maduro, que se dane o Povo! Os membros que a
integrarão serão escolhidos em listas especiais, adrede preparadas para que
reflitam uma sólida presença dos irredutíveis, dos maduristas e - é claro - das
Forças Armadas que o homem forte Maduro busca desesperadamente cooptar para que
a sua Ditadura democrata possa
estabelecer-se com a aprovação desse novo Engonço que será a fina flor da
rafuagem chavista (545 membros, "eleitos"
por setores da sociedade e não pelo voto universal).
Maduro parece
sinceramente acreditar na estupidez de que possa substituir um Povo e uma
Assembléia eleita pelo voto secreto e por toda a população, por esse engonço
chavista, que não possui uma fímbria de representatividade. Sería ridículo se
não fosse trágico, por todo o sofrimento e as injustiças que esse anti-governo
(que também tem os seus porões de tortura) parece querer implantar com o apoio
das Forças Armadas.
( Fonte
subsidiária: Folha de S. Paulo )
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