A vulnerabilidade de
Trump
Não há nada de
concreto em termos de ameaça efetiva a que o mandato de Donald Trump, o 45º
presidente americano, se veja encurtado por algum processo legal.
No entanto, tal não é o pensamento dos
especialistas nesse setor, dados os riscos efetivos que este novo presidente
americano - cuja vitória foi decerto uma surpresa - ao vencer por curtíssima
margem a sua adversária democrata, Hillary Clinton, e candidata de longe mais
bem preparada para esse magno desafio do
que o seu histriônico adversário republicano.
Sem embargo, após a leitura de longo
e bem fundamentado artigo na New Yorker de oito de maio deste ano, da autoria
de Evan Osnos, e sob o título "A cena política - JOGOS DO FIM" O que
seria preciso para encurtar a Presidência Trump ?, em cerca de doze páginas,
esmiuça todas as concretas possibilidades de interromper a presidência do
histriônico capitalista.
E, sem cair em exagero, não são poucas as possibilidades de que tais perspectivas possam realmente vir a ocorrer.
O meu ceticismo inicial, quando
comecei a ler o artigo de Osnos, foi aos poucos desaparecendo. Trabalhando com
as características da personalidade de Trump, o seu relativo despreparo para as
suas responsabilidades, se se tratasse de uma aposta, o leitor - diante da
cultura americana e da exposição ao risco de quem surgira como o candidato do verão - se, como é lógico, ele não possa asseverar sem medo de erro
que Trump é suscetível a ter o mandato cortado, tampouco ele, em sã mente,
poderia arriscar-se a apostar que o dito Trump irá completar o seu mandato.
Como o articulista expõe, faltam muitas defesas ao presidente Trump. Não
foi prudente de sua parte não colocar o seu patrimônio anterior à eleição - que
já não era pequeno, sendo ele um milionário por herança paterna - sob a
responsabilidade de um tutor de sua confiança, ficando ele sem qualquer
possibilidade de movimentar tais bens. Como não o fez, corre o risco de que possa
ser acusado de aproveitar-se das funções presidenciais para aumentar a própria
riqueza, o que dada a dita amplitude semelha difícil de ser evitado.
Quanto aos problemas
mentais, a que presidentes mais idosos se acham expostos, o exemplo mais
corrente é o de Reagan, no seu segundo mandato. Havia indicações de um possível
Alzheimer's. No entanto, um exame mais atento por seus auxiliares diretos, realizado
por Howard Baker Jr. , ex-senador e nomeado chefe da Casa Civil de Reagan, o
encontrou confuso e meio avesso ao expediente. Por isso, Baker combinou com os
seus colegas que eles o observariam durante o almoço. Para satisfação de Baker, Reagan se mostraria
alerta e jocoso, e por isso Baker o
assunto encerrado. Em 1993, quatro anos depois de concluir o seu segundo
mandato, Ronald Reagan foi diagnosticado como paciente de Alzheimer´s.
Montagem da peça Julio Cesar
A
peça Júlio Cesar virou subversiva na montagem ora encenada no Public Theater,
pelo menos para certos patrocinadores que resolveram abandonar-lhe o financiamento.
Tal se deve à circunstância
de que a montagem do drama de Shakespeare se terá inspirado demasiado em um
outro personagem contemporâneo, que é Donald Trump. Na tragédia shakespeariana, Júlio Cesar está
perto de tomar o poder e acabar com a república, quando é morto no terceiro
ato, na metade da apresentação.
O Bank of America e a empresa
Delta, de aviação, resolveram retirar o seu apoio financeiro ao Public Theater,
em New York, porque o personagem-titulo se conectaria de alguma forma com o Presidente
estadunidense, Donald Trump.
Por sua vez, outros
patrocinadores, como a Time Warner e o jornal New York Times seguem apoiando
financeiramente o teatro.
Partiu de campanha-on line de grupos pro-Trump, de
linha de direita como a Fox News e a Breitbart, entre outros veículos, o
posicionamento de parte da midia,de orientação de direita,voltada para que as
empresas abandonassem o financiamento do espetáculo.
( Fontes: The New Yorker, O Globo )
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