terça-feira, 13 de junho de 2017

Colcha de Retalhos E - 21

                                           

A vulnerabilidade de Trump

         Não há nada de concreto em termos de ameaça efetiva a que o mandato de Donald Trump, o 45º presidente americano, se veja encurtado por algum processo legal.
         No entanto, tal não é o pensamento dos especialistas nesse setor, dados os riscos efetivos que este novo presidente americano - cuja vitória foi decerto uma surpresa - ao vencer por curtíssima margem a sua adversária democrata, Hillary Clinton, e candidata de longe mais bem preparada para esse magno desafio  do que o seu histriônico adversário republicano.
          Sem embargo, após a leitura de longo e bem fundamentado artigo na New Yorker de oito de maio deste ano, da autoria de Evan Osnos, e sob o título "A cena política - JOGOS DO FIM" O que seria preciso para encurtar a Presidência Trump ?, em cerca de doze páginas, esmiuça todas as concretas possibilidades de interromper a presidência do histriônico capitalista.
         E, sem cair em exagero, não são poucas as possibilidades de que tais perspectivas possam realmente vir a ocorrer.
           O meu ceticismo inicial, quando comecei a ler o artigo de Osnos, foi aos poucos desaparecendo. Trabalhando com as características da personalidade de Trump, o seu relativo despreparo para as suas responsabilidades, se se tratasse de uma aposta, o leitor - diante da cultura americana e da exposição ao risco de quem surgira como o candidato do verão - se, como é lógico, ele não possa asseverar sem medo de erro que Trump é suscetível a ter o mandato cortado, tampouco ele, em sã mente, poderia arriscar-se a apostar que o dito Trump irá completar o seu mandato.
              Como o articulista expõe, faltam muitas defesas ao presidente Trump. Não foi prudente de sua parte não colocar o seu patrimônio anterior à eleição - que já não era pequeno, sendo ele um milionário por herança paterna - sob a responsabilidade de um tutor de sua confiança, ficando ele sem qualquer possibilidade de movimentar tais bens. Como não o fez, corre o risco de que possa ser acusado de aproveitar-se das funções presidenciais para aumentar a própria riqueza, o que dada a dita amplitude semelha difícil de ser evitado.
                   Quanto aos problemas mentais, a que presidentes mais idosos se acham expostos, o exemplo mais corrente é o de Reagan, no seu segundo mandato. Havia indicações de um possível Alzheimer's. No entanto, um exame mais atento por seus auxiliares diretos, realizado por Howard Baker Jr. , ex-senador e nomeado chefe da Casa Civil de Reagan, o encontrou confuso e meio avesso ao expediente. Por isso, Baker combinou com os seus colegas que eles o observariam durante o almoço.  Para satisfação de Baker, Reagan se mostraria alerta e jocoso,  e por isso Baker o assunto encerrado. Em 1993, quatro anos depois de concluir o seu segundo mandato, Ronald Reagan foi diagnosticado como paciente de Alzheimer´s.

Montagem da peça Julio Cesar    
                   
                    A peça Júlio Cesar virou subversiva na montagem ora encenada no Public Theater, pelo menos para certos patrocinadores que resolveram abandonar-lhe o financiamento.
                    Tal se deve à circunstância de que a montagem do drama de Shakespeare se terá inspirado demasiado em um outro personagem contemporâneo, que é Donald Trump.  Na tragédia shakespeariana, Júlio Cesar está perto de tomar o poder e acabar com a república, quando é morto no terceiro ato, na metade da apresentação.
                     O Bank of America e a empresa Delta, de aviação, resolveram retirar o seu apoio financeiro ao Public Theater, em New York, porque o personagem-titulo se conectaria de alguma forma com o Presidente estadunidense, Donald Trump.
                    Por sua vez, outros patrocinadores, como a Time Warner e o jornal New York Times seguem apoiando financeiramente o teatro.
                   Partiu de campanha-on line de grupos pro-Trump, de linha de direita como a Fox News e a Breitbart, entre outros veículos, o posicionamento de parte da midia,de orientação de direita,voltada para que as empresas abandonassem o financiamento do espetáculo.


( Fontes:  The New Yorker,  O Globo )

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