Não há
de espantar ninguém que a Administração Trump enfrente crescentes problemas.
Tampouco isso é mistério ou surpresa. Já referi aqui no blog artigo de Evan Osnos,
em The New Yorker[1],
em que o jornalista se refere à probabilidade de que Donald Trump, por seu
currículo e personalidade, vá arrostar crescentes desafios políticos e
jurídicos no curso de sua nascente presidência.
Assim, a guisa de estudo das muitas possibilidades de que tal venha a
ocorrer, o citado artigo constitui ampla exposição da experiência político-cultural
americana, assim como das idiossincrasias do 45º presidente, o que tende a
tornar esse problema cultural da práxis
política nos Estados Unidos para o
irrequieto bilionário americano considerável pedra no seu caminho político como
presidente. Tal se deveria não só à própria personalidade, mas também à sua
conduta, que o tornaria político com vulnerabilidade acima da média.
O
atual attorney-general, o senador Jeff Sessions, compareceu ao
Senado, em que foi submetido a série de questões por seus colegas, democratas, mas também republicanos, que
ficaram insatisfeitos com as suas não-respostas às respectivas perguntas, que
tendem a ver sobretudo com o alegado envolvimento de altos funcionários russos
- a começar pelo embaixador Kislyak, acreditado em Washington - em problema de
colusão com representantes americanos, ligado ao suposto favorecimento da candidatura
Trump.
Reportei-me em blog anterior à singular apatia da Administração democrata - e de
Barack Obama em especial - em termos de pontuais intervenções em favor da candidata democrata. Há mais de um - conforme assinalado -
episódio, em que eventual maior interesse de Obama poderia ter ajudado a
candidata democrata. Tratar-se-ía de pôr a apatia de lado, e fazer valer os
próprios direitos da Administração na defesa de Hillary. O que se assistiu, ao
invés, foram as dúbias ações de republicanos (inclusive, o diretor do FBI,
James Comey), mas também outras intervenções, também de representantes republicanos, a respeito das
quais o hoje Procurador-Geral Jeff Sessions encenou intervenção no Senado marcada
pelo próprio silêncio e/ou repetidas faltas de resposta às perguntas tanto de
democratas, quanto de republicanos (estes, obviamente, em número muito menor).
A
performance de Jeff Sessions - o
primeiro a encampar a candidatura Trump - chegou mesmo a espantar pela
repetição de negativas desse virtual Ministro da Justiça, indo até a marcar
essa intervenção por um negacionismo que chega a roçar em postura que tenderia
a ser interpretada como um exercicio em
falta de qualquer cooperação com os seus antigos colegas.
( Fontes: The New York Times,
The New Yorker, Washington Post )
[1]
Evan Osnos, Endgames (Jogos terminais)
Como poderia Trump ser removido do cargo? -The New Yorker, 8 de maio de 2017
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