quinta-feira, 15 de junho de 2017

Ameaças políticas a Trump

                                   

        Não há de espantar ninguém que a Administração Trump enfrente crescentes problemas. Tampouco isso é mistério ou surpresa. Já referi aqui no blog artigo de Evan Osnos, em The New Yorker[1], em que o jornalista se refere à probabilidade de que Donald Trump, por seu currículo e personalidade, vá arrostar crescentes desafios políticos e jurídicos no curso de sua nascente presidência.
         Assim, a guisa de estudo das muitas possibilidades de que tal venha a ocorrer, o citado artigo constitui ampla exposição da experiência político-cultural americana, assim como das idiossincrasias do 45º presidente, o que tende a tornar esse problema cultural da práxis política nos Estados Unidos   para o irrequieto bilionário americano considerável pedra no seu caminho político como presidente. Tal se deveria não só à própria personalidade, mas também à sua conduta, que o tornaria político com vulnerabilidade acima da média.
           O atual attorney-general,  o senador Jeff Sessions, compareceu ao Senado, em que foi submetido a série de questões por seus colegas,  democratas, mas também republicanos, que ficaram insatisfeitos com as suas não-respostas às respectivas perguntas, que tendem a ver sobretudo com o alegado envolvimento de altos funcionários russos - a começar pelo embaixador Kislyak, acreditado em Washington - em problema de colusão com representantes americanos, ligado ao suposto favorecimento da candidatura Trump.
           Reportei-me em blog anterior à singular apatia da Administração democrata - e de Barack Obama em especial - em termos de pontuais intervenções  em favor da candidata democrata.  Há mais de um - conforme assinalado - episódio, em que eventual maior interesse de Obama poderia ter ajudado a candidata democrata. Tratar-se-ía de pôr a apatia de lado, e fazer valer os próprios direitos da Administração na defesa de Hillary. O que se assistiu, ao invés, foram as dúbias ações de republicanos (inclusive, o diretor do FBI, James Comey), mas também outras intervenções, também  de representantes republicanos, a respeito das quais o hoje Procurador-Geral Jeff Sessions encenou intervenção no Senado marcada pelo próprio silêncio e/ou repetidas faltas de resposta às perguntas tanto de democratas, quanto de republicanos (estes, obviamente, em número muito menor).  
           A performance de Jeff Sessions  - o primeiro a encampar a candidatura Trump - chegou mesmo a espantar pela repetição de negativas desse virtual Ministro da Justiça, indo até a marcar essa intervenção por um negacionismo que chega a roçar em postura que tenderia a ser interpretada  como um exercicio em falta de qualquer cooperação com os seus antigos colegas.

 ( Fontes: The New York Times, The New Yorker, Washington Post )      




[1] Evan Osnos,  Endgames (Jogos terminais) Como poderia Trump ser removido do cargo? -The New Yorker,  8 de maio de 2017

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