terça-feira, 20 de junho de 2017

A cambaleante Theresa May

                           

         A autoridade da Primeiro Ministro inglesa se sustentava na aprovação do Brexit. Como o seu apelo ao eleitorado teve resposta bem diversa da prevista, e o resultado da consulta foi decepcionante, com a necessidade de recorrer a um pequeno partido para garantir a maioria, o seu controle da situação se vê contestado.
         Os erros se sucedem. A própria Rainha, com a sua larga experiência, lhe deu lição como se deve respeitar o público, o que ela não soube fazer no que tange às vítimas e familiares do incêndio em high rise de Londres. 
         Agora, mais um vexame, que lhe é proporcionado pelo discurso do chanceler do erário Philip Hammond, que diz exatamente o que pensava, e que não dissera por causa de uma então forte Primeiro Ministro.
          Sem força política, o temor desaparece, pois a cada dia se comprova que ela não mais tem autoridade política suficiente para exercer o mando.
          Nessas condições, manda o bom senso que a Senhora May tire as consequências de seu erro político, e ceda o lugar a quem a maioria julgue venha a reunir mais condições de exercer o mando.
          Se a força se esvaíu, diante do erro cometido, e a demonstrada falta de condições de exercer a chefia, para evitar-se uma sucessão de humilhações e de contraprovas da incapacidade de liderar, não há outra saída senão a admissão do erro e a renúncia, abrindo campo para quem disponha de melhores condições para exercer o mando que Theresa May desperdiçou de forma irrevogável.           
             A contraprova dessa situação - de uma Primeiro Ministro que perdeu as condições de governar  - está no discurso do Chanceler do Erário. O seu pronunciamento - que a antes poderosa May inviabilizara - agora se realiza, a confirmar que as condições mudaram e a posição do Ministro, muito mais flexível com respeito às relações com o Mercado Comum,  pode ser agora externada, como se o brexit não mais existisse, ou se devesse ser relativizado.                             



( Fonte: The Independent )

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