A autoridade da Primeiro Ministro
inglesa se sustentava na aprovação do Brexit. Como o seu apelo ao eleitorado
teve resposta bem diversa da prevista, e o resultado da consulta foi decepcionante,
com a necessidade de recorrer a um pequeno partido para garantir a maioria, o
seu controle da situação se vê contestado.
Os erros se sucedem. A própria Rainha,
com a sua larga experiência, lhe deu lição como se deve respeitar o público, o
que ela não soube fazer no que tange às vítimas e familiares do incêndio em high rise de Londres.
Agora, mais um vexame, que lhe é
proporcionado pelo discurso do chanceler do erário Philip Hammond, que diz
exatamente o que pensava, e que não dissera por causa de uma então forte
Primeiro Ministro.
Sem força política, o temor
desaparece, pois a cada dia se comprova que ela não mais tem autoridade política
suficiente para exercer o mando.
Nessas condições, manda o bom senso
que a Senhora May tire as consequências de seu erro político, e ceda o lugar a
quem a maioria julgue venha a reunir mais condições de exercer o mando.
Se a força se esvaíu, diante do erro
cometido, e a demonstrada falta de condições de exercer a chefia, para
evitar-se uma sucessão de humilhações e de contraprovas da incapacidade de
liderar, não há outra saída senão a admissão do erro e a renúncia, abrindo
campo para quem disponha de melhores condições para exercer o mando que Theresa
May desperdiçou de forma irrevogável.
A contraprova dessa
situação - de uma Primeiro Ministro que perdeu as condições de governar - está no discurso do Chanceler do Erário. O
seu pronunciamento - que a antes poderosa May inviabilizara - agora se realiza,
a confirmar que as condições mudaram e a posição do Ministro, muito mais
flexível com respeito às relações com o Mercado Comum, pode ser agora externada, como se o brexit não mais existisse, ou se devesse
ser relativizado.
(
Fonte: The Independent )
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