Liu Xiaobo, como muitos se hão de lembrar,
é Prêmio Nobel da Paz, que foi concedido pelo comitê da pequena Noruega por ter
sido o principal inspirador da Carta 08, um manifesto que defendia a adoção da
demo-cracia na China.
Pela 'ousadia' da proposta, Liu pagou
muito caro. Detido no ano anterior - o Nobel lhe foi concedido em 2010 - fora condenado
por sub- versão já em 2009 à pena de onze anos de prisão firme em enxovia
interiorana.
Faltavam ainda três anos para que
cumprisse a pena - a sua esposa Liu Xia se acha na prática em cárcere privado,
e o isolamento forçado em que vive lhe trouxe depressão e problemas
cardíacos. No entanto, o padecimento de
Liu Xiaobo aumenta. Acha-se sob
tratamento em hospital de Shenyang (província de Liaoning), e o câncer no
fígado é diagnosticado como terminal.
O apavoramento da ditadura do PCC diante de qualquer propósito de lenta reforma
política e constitucional causa esse tipo de reação, que lembra os tempos do ancien régime, e do próprio Marquês
de Beccaria - Cesare Bonesana (1738 - 1794). Ele trouxe o iluminismo
jurídico para Milão e a Itália, com o seu magistral livro Dei Delitti e delle Penne.
O mais estranho é que a última
imperatriz chinesa Ci Xi (1835 - 1908) introduziu
o embrião de regime constitucional na China imperial. Pena é que estava em fim
de reinado (começos do século XX) e a China iria virar outra coisa nos séculos
XX e XXI.
O comitê da Noruega, que concedera a
Liu o Nobel da Paz, sofreria muitas pressões das autoridades chinesas. Essas
ficaram tão nervosas que, além de não haver permitido qualquer tradição do
prêmio, a única maneira de celebrá-lo pelos organizadores foi através da cadeira
vazia, e de uma bandeirinha chinesa.
(Fontes:
Marquês de Beccaria, Dei Delitti e delle Penne; Chang Jung -
Empress Dowager Ci Xi)
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